Apontado como referência do Inter nas últimas temporadas, Víctor Cuesta passou a conviver com críticas pelas recentes atuações. Desde os primeiros jogos da temporada de 2020, o camisa 15 passou a ter Fuchs como companheiro na zaga, mas terá um novo parceiro depois da negociação do jovem com o CSKA-RUS. GaúchaZH traz números e busca a opinião de especialistas para entender o momento do defensor.
Média superior de gols sofridos
Desde a retomada do futebol, em julho, a média de gols sofridos pelo Inter aumentou na comparação com os jogos antes da paralisação do calendário. Nos primeiros 15 jogos do ano, foram sete gols sofridos. Desde que os jogos voltaram, foram seis bolas na rede colorada em oito jogos, uma média de 0,75 gol sofrido por jogo.
Lentidão
De acordo com o comentarista do Grupo RBS, Maurício Saraiva, o motivo da queda no rendimento do zagueiro se deve principalmente à falta de agilizade do defensor.
— Cuesta caiu de produção individual e nada tem a ver com o parceiro de zaga. A dupla está protegida por um volante fixo à frente, Cuesta decresceu por razões que só ele sabe. Acontece com qualquer jogador, está acontecendo com o argentino. O certo é que ele está mais lento comparado ao próprio Cuesta, o que compromete seu desempenho — resume Saraiva.
Ausência de Moledo
Já para Adroaldo Guerra Filho, comentarista de GaúchaZH, o problema está na ausência de Rodrigo Moledo, antigo companheiro de Cuesta no setor.
— A melhor zaga de qualquer time de futebol é um que afina e outro que engrossa. O Cuesta afina, está faltando quem engrosse. Como ele está desprovido na lateral esquerda, precisa cobrir toda a hora. O zagueiro central, que era o Fuchs, também deixava a desejar, ele precisa se desdobrar. O que está faltando para o Cuesta é companhia, que está no Beira-Rio, mas não é aproveitada pelo treinador.
Sistema coletivo
No entendimento do comentarista de GaúchaZH Leonardo Oliveira, o problema está na mudança de filosofia implementada pela comissão técnica.
— Leva tempo a mudança de DNA de uma equipe. O Inter trocou da água para o vinho sua forma de atuar. Antes, com Odair, a zaga ficava protegida, jogava de forma reativa. Hoje, com a marcação avançada, os zagueiros estão mais expostos. Jogar com a marcação avançada requer que ela comece com força no ataque. É um processo coletivo.