O vice de futebol do Inter, Alessandro Barcellos, se manifestou na noite desta segunda-feira (27) sobre a denúncia no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul (TJD-RS) contra D’Alessandro e Eduardo Coudet pelas cobranças ao presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Luciano Hocsman, após o Gre-Nal 425. O dirigente não fez coro às reclamações dos argentinos que apontaram parcialidade por parte do mandatário da FGF, mas demonstrou descontentamento com a resposta dada por Hocsman ao jogador sobre o ocorrido.
— O presidente da Federação está agindo como presidente da Federação. Todas as decisões tomadas nesse momento por parte da FGF não impactaram no mando de campo. Isso tem sido feito de acordo com as prefeituras. O presidente tem conduzido como tem de conduzir de acordo com as dificuldades da pandemia — avaliou Alessandro Barcellos, em entrevista ao Show dos Esportes da Rádio Gaúcha antes de fazer a ponderação:
— O presidente da FGF não tem de rebater atleta e funcionário de clubes. Ele tem de responder aos presidentes dos clubes. Nesse sentido, eu faço um reparo. É importante a gente manter as relações institucionais. Assim que a gente mantém uma relação de respeito entre clube e federação. Temos trabalhado dessa forma independente de qualquer divergência.
A ponderação feita por Alessandro Barcellos foi em relação à entrevista dada por Luciano Hocsman também ao ao Show dos Esportes na semana passada.
— Acredito que independentemente da posição que tu esteja, se tu tens uma representação pública importante, tens que ter a consciência de que a tua palavra e conduta geram uma consequência pública e um eco nas comunidades. Se tu não tens a capacidade de te manter equilibrado em um momento de tensão, talvez tu não tenha que ser o líder que tu imagina que seja — disse Hocsman sobre a atitude de D’Alessandro, na última sexta-feira (24).
Após o clássico Gre-Nal da última quarta-feira, D’Alessandro e Coudet se dirigiram a Hocsman dizendo que o trabalho do dirigente estaria "feio". Eles cobraram imparcialidade do dirigente. D’Ale, de acordo com a súmula, fez a cobrança “aos gritos e com palavras de baixo calão”. O camisa 10 pode pegar suspensão entre 30 e 120 dias, e multa entre R$ 100 e R$ 100 mil, enquanto o treinador corre risco de ficar fora de um a seis jogos. Sobre o julgamento, ainda sem data marcada, Alessandro Barcellos revelou que o Inter não foi notificado, mas fez elogios à postura de D’Alessandro fora de campo.
— Não nos chegou o processo, mas o nosso departamento jurídico está atento. Vamos trabalhar, como sempre se fez em outras situações, para não termos prejuízo na sequência do campeonato. Temos de compreender o que acontece nos contextos e evitar dar uma gravidade maior do que a dos fatos. Inter nem FGF devem fazer isso. O nosso perfil, do D'Alessandro e do Luciano não é esse. A gente vê tudo que o D'Ale faz fora de campo, um cidadão reconhecido em Porto Alegre e no RS. É um atleta que todo mundo sabe que dá a vida dentro de campo, que é sanguíneo. Esse assunto está encerrado. Esperamos que no tribunal isso também possa ser encerrado — acrescentou.