Maior ídolo da torcida colorada, Paulo Roberto Falcão havia deixado o Beira-Rio. O ano era 2011 e a direção buscava um novo treinador em meio ao Brasileirão. Muitos nomes eram discutidos internamente, até que um deles vazou. Em mais um capítulo da série de matérias que recorda profissionais que quase atuaram no Inter, GaúchaZH conta detalhes da situação envolvendo Cuca.
Embora seja paranaense, Cuca é um velho conhecido do futebol gaúcho. Como jogador, o meia-atacante defendeu Juventude, Grêmio e o próprio Inter, entre os anos 1980 e 1990. Depois, ainda voltou ao Estádio Olímpico como técnico, em 2004. Após passagens por São Paulo, Botafogo, Flamengo e Cruzeiro, entrou na pauta colorada. Como estava desempregado, poderia se transferir para Porto Alegre o mais rápido possível.
No entanto, quando seu nome foi ventilado, a torcida demonstrou grande rejeição. A ideia é de que ainda estava muito vinculado ao rival Tricolor. Quando atleta, Cuca foi o autor do gol do título da primeira Copa do Brasil, em 1989.
— Eu estou afim de trabalhar no Inter sim, e não importa muito a questão financeira — disse o técnico em entrevista à Rádio Gaúcha naquela época — Sei da minha condição para comandar um clube grande, como o Inter, por exemplo. Eu reverteria isso. No Cruzeiro também tive uma rejeição enorme quando assumi por lá, algo em torno de 70% — desabafou.
Era tarde demais. Sem um treinador acertado, o Inter chegou a viajar para a Alemanha, onde disputou a Copa Audi, contra Bayern de Munique e Barcelona, sendo comandado de maneira interina por Osmar Loss. Porém, um mês após a saída de Falcão, Dorival Júnior foi o escolhido. O profissional permaneceu no Beira-Rio até o ano seguinte, tendo conquistado a Recopa Sul-Americana de 2011 e o Gauchão de 2012.
Cuca, por sua vez, daria sequência à carreira no Atlético-MG onde, em 2013, se sagraria campeão da Libertadores, comandando Ronaldinho e companhia.