A parceria entre Inter e Turner foi marcada por polêmicas desde a assinatura do contrato entre as partes, em 2016. O acordo prevê pagamento de cerca de R$ 30 milhoes anuais em troca da exibição dos jogos colorados do Brasileirão nos canais de TV fechada do grupo de mídia entre 2019 e 2020. No entanto, após várias polêmicas, as partes podem entrar em um rompimento na próxima semana, com risco inclusive de longa batalha judicial pela frente.
A empresa alega que tanto o Inter como os demais sete clubes parceiros da Série A infringiram algumas cláusulas contratuais. Os dirigentes dessas equipes, no entanto, negam qualquer descumprimento e acreditam que o grupo de mídia está querendo encontrar justificativas para romper o acordo e sair do Brasil sem pagar as cotas de 2020 e a multa rescisória.
Confira as cinco polêmicas da parceria entre Inter e Turner:
1) Disputa política no Conselho Deliberativo
O contrato entre Inter e Turner foi assinado em março de 2016, na gestão do presidente Vitório Piffero. O então mandatário queria formalizar acerto de seis anos, de 2019 a 2024, com o recebimento de quase R$ 40 milhões de luvas.
A oposição barrou no Conselho Deliberativo a assinatura de um acordo tão longo. A parceria acabou sendo firmada por apenas dois anos, entre 2019 e 2020, com R$ 13 milhões de luvas, valor que foi gasto na totalidade durante a gestão Piffero.
2) Reclamações de benefício ao Grêmio
Diversos opositores de Piffero, incluindo os atuais dirigentes do clube, reclamam que o contrato foi mal feito. Alegam que a pressa em assinar com a Turner possibilitou que o Grêmio assinasse com a Globo em condições mais vantajosas. A atual direção estima que, durante os dois anos do acordo, o rival arrecadou cerca de R$ 35 milhões a mais com TV.
3) Fim dos canais do Esporte Interativo
Em outubro de 2018, de forma súbita e sem aviso prévio, a Turner anunciou o fim das atividades dos canais de TV a cabo do Esporte Interativo. Desta forma, os jogos do Inter e dos demais times parceiros passaram a ser transmitidos na TNT e no Space, canais que costumam exibir filmes e séries. Os clubes reclamaram que as suas marcas e os seus patrocinadores estariam sendo desvalorizados com a exibição das suas partidas em canais não-esportivos.
4) Privilégio ao Palmeiras
Em novembro de 2018, a direção do Inter, em parceria com outros clubes, enviou uma notificação para a Turner reclamando que o grupo fez pagamentos extras ao Palmeiras.
O argumento é que a empresa estaria descumprindo um dos itens do acordo, que previa tratamento igualitário a todos os parceiros. Após uma nova negociação, a direção da emissora fez uma compensação aos demais clubes.
5) Ameaça de rescisão e risco de batalha judicial
Em abril de 2020, a Turner reclamou que os oito clubes parceiros da Série A estariam burlando algumas cláusulas contratuais. Os dirigentes negam qualquer descumprimento e temem que o grupo de mídia esteja buscando pretextos para rescindir o contrato sem pagar a multa rescisória e sem quitar as cotas de R$ 30 milhões previstas para a temporada. Há o receito de que o assunto termine em uma batalha judicial.
Na última quinta (9), a reportagem de GaúchaZH procurou a assessoria de imprensa da Turner solicitando uma posição da empresa sobre o imbróglio. Até a publicação desta nota, o grupo de mídia ainda não havia respondido ao pedido.