Para evitar um prejuízo de mais de R$ 30 milhões em 2020, o Inter enviará nesta sexta (10) um documento à Turner exigindo o cumprimento do acordo que foi firmado entre as duas partes até dezembro deste ano para transmissão dos jogos do Brasileirão em TV fechada, nos canais Space e TNT. A decisão foi tomada após uma reunião na manhã desta quinta (9) entre os oito clubes que possuem parceria com o grupo de mídia.
A direção colorada inclusive se prepara para uma batalha judicial, após a empresa ter sinalizado no início da semana com o rompimento do contrato.
Estiveram presentes na reunião dirigentes de Inter, Palmeiras, Santos, Bahia, Fortaleza, Ceará, Coritiba e Atlhetico-PR. Na pauta, esteve a notificação enviada pela Turner no início da semana, onde a empresa alega que os oito clubes descumpriram cláusulas contratuais. Os dirigentes, no entanto, entendem que o acordo não foi burlado. O temor dos dirigentes é que o grupo de mídia esteja buscando justificativas para encerrar a parceria e não quitar as cotas relativas a 2020.
— O saldo da reunião foi positivo. Há uma união entre os clubes. Vamos enviar amanhã uma resposta à Turner exigindo que ela cumpra o contrato. Afinal, não há nenhuma violação por parte dos clubes que possa justificar uma ruptura unilateral — disse à GaúchaZH o vice-presidente do Conselho de Gestão do Inter, Alexandre Chaves Barcellos, representante da direção colorada na reunião.
Na próxima semana, entre terça (14) e quarta (15), os clubes se reunirão com representantes da Turner, também por videoconferência, para chegar a um acordo. Os executivos do grupo de mídia devem ponderar quais partes do contrato eles entendem que não estão sendo cumpridas pelos clubes, algo que ainda não foi revelado. Já os clubes vão exigir que a empresa mantenha a parceria e pague as cotas previstas para a atual temporada, algo superior a R$ 30 milhoes.
— Isso nos preocupa porque o contrato (com a Turner) representa um fluxo mensal de valores muito significativos e que são fundamentais pra concluirmos o ano de 2020 — completa Alexandre.
No Beira-Rio, há o receio de que o imbróglio vire uma batalha judicial. O maior temor é que a Turner não pague as cotas de 2020 e deixe o Brasil sem pagar aos clubes a multa rescisória estipulada no acordo. Neste cenário, além de ter que recorrer à Justiça para receber os valores devidos, o Inter e os demais clubes teriam que obter também no judiciário uma liminar para suspender os efeitos do contrato em vigor e poder assinar com o Sportv, garantindo assim uma renda com a transmissão de jogos por TV fechada para este ano.
O contrato com a Turner foi assinado em 2016, na gestão do então presidente Vitório Piffero. O acordo vigora entre os anos de 2019 e 2020.