No dia 12 de março, a Dupla escreverá um novo e importante capítulo de sua rivalidade. Pela primeira vez, os dois gigantes de Porto Alegre farão um enfrentamento válido pela Libertadores. Por isso, GaúchaZH recorda Gre-Nais que entraram para a história do clássico.
Se o Rio Grande do Sul já vive a expectativa pelos dois Gre-Nais válidos pela fase de grupos da Libertadores, imagina o clima em 1992, quando Inter e Grêmio se cruzaram pelas quartas de final da Copa do Brasil. Ou seja, ao contrário do que pode acontecer neste ano, apenas um sairia vivo do confronto.
Depois de empatarem o jogo de ida por 1 a 1 no Estádio Olímpico, os rivais se enfrentaram outra vez no dia 17 de novembro, no Beira-Rio. Com gol de Gérson, o Colorado abriu o placar aos quatro minutos do segundo tempo. Porém, aos 27, o Tricolor igualou o marcador com Carlinhos.
— Foram dois clássicos de uma complexidade muito grande. O Inter vivia aquele jejum de títulos nacionais e o Grêmio estava em um bom momento. Mas nossa equipe estava bem consciente do que precisava fazer para conquistar a vaga. Empatamos os dois jogos, no Olímpico e no Beira-Rio, mas jogamos bem e, nos pênaltis, brilhou o Fernández que pegou três pênaltis — descreve Daniel Franco, lateral-esquerdo do Inter naquela campanha.
De fato, o goleiro colorado foi o grande nome do duelo ao defender as cobranças de Alcindo, Vilson e Jandir. Como Gérson, Marquinhos e Célio Silva converteram suas penalidades, o Inter passou adiante e, no final, acabaria conquistando a única Copa do Brasil de sua história.
— As semanas que antecederam os Gre-Nais foram muito tensas e agitadas. O Estado para, a responsabilidade aumenta. Em Gre-Nal, se você vai bem, é exaltado. Se vai mal, tua carreira pode sofrer avarias grandes. Então, todo mundo se puxa mais — lembra o ex-lateral.
Quase três décadas depois, Daniel Franco é treinador do União Frederiquense. Experiente e com o distanciamento que o tempo permite, consegue analisar a importância daquela vitória sobre o maior rival. Mas, àquela época, era apenas um jovem atleta de 21 anos de idade, que buscava se firmar como titular do time.
— Eu subi para os profissionais em 1990, com 18 anos, basicamente jogando Gre-Nal. Quando você vem das categorias de base, vai se acostumando com a responsabilidade que o clássico traz. Mas eu sempre ficava tenso, com aquele arrepio, frio na barriga, até pisar no gramado e a bola rolar. Falavam que era preciso acertar o primeiro passe e eu levava isso à risca. Então, passava a bola para o companheiro mais próximo, para me dar confiança — comenta.
Para o jogo desta quinta, fica meio reticente para apostar em um vencedor. Ainda assim, aposta no sucesso colorado.
— É Gre-Nal (risos). O torcedor colorado vai estar com o último jogo da Libertadores em mente, quando o Inter foi avassalador, jogando e não deixando o adversário jogar. Acho que o segredo é esse. Gre-Nal é sempre um divisor de águas e, como os dois estão bem, é difícil pregar algum resultado. Se o Inter conseguir imprimir o mesmo ritmo apresentado contra a Universidad Católica, pode vencer. Arrisco 2 a 1 — sinaliza Daniel.
Ficha técnica:
Gre-Nal 317: Inter 1 (3) x (0) 1 Grêmio (Copa do Brasil 1992)
Inter: Roberto Fernández; Célio Lino, Pinga, Célio Silva e Daniel Franco; Márcio (Simão), Elson, Marquinhos e Luciano (Silas); Gérson e Maurício. Técnico: Antônio Lopes.
Grêmio: Émerson; Leandro Silva, Vílson, Paulão e Xará; Jandir, Alaércio, Carlos Miguel e Carlinhos; Lima (Pichetti) e Alcindo. Técnico: Cláudio Garcia.
Gols: Gérson e Carlinhos