No dia 12 de março, a Dupla escreverá um novo e importante capítulo de sua rivalidade. Pela primeira vez, os dois gigantes de Porto Alegre farão um enfrentamento válido pela Libertadores. Por isso, GaúchaZH recorda Gre-Nais que entraram para a história do clássico.
No Brasileirão de 1997, o Gre-Nal viveu uma de suas goleadas mais emblemáticas. Jogando no Estádio Olímpico, contra um Grêmio que vinha ganhando tudo ao longo da década, o Inter aplicou impiedosos 5 a 2. A partida fez com que o atacante Fabiano, autor de dois gols, ganhasse status de ídolo colorado. Porém, questionado sobre seu clássico inesquecível, ele sentencia:
— Todo mundo me pergunta sobre os 5 a 2, mas eu prefiro a final do Gauchão que eu fiz o gol. Vou ser sincero, o 5 a 2 se destaca pelos números, mas eu prefiro o 1 a 0 quando fomos campeões gaúchos. Porque ali foi o início de tudo. Não sabíamos o que aconteceria se não fôssemos campeões. Alguns jogadores iriam sair. Eram dois anos sem títulos, e o Grêmio tinha aquele timaço, havia sido campeão brasileiro e da Copa do Brasil. Foi bem bacana.
A partida a que Fabiano se refere aconteceu no dia 2 de julho, pela final do Estadual. Após empate por 1 a 1 no estádio gremista, o Inter venceu no Beira-Rio, encerrando um jejum de oito jogos sem vitórias, e ficou com a taça daquele ano.
— Até ontem eu estava olhando alguns vídeos daquele jogo. Eu brinco que, às vezes, eu dou uma olhada para ver se era eu mesmo. Depois que termina a partida, a torcida invade, uma fumaceira, as pessoas ajoelhadas. Nem parece que éramos campeões estaduais. Parecia final de Libertadores. Foi uma loucura — recorda.
Antes mesmo de a bola rolar, Fabiano já era o protagonista daquele Gre-Nal. Em conjunto com a direção e comissão técnica, foi traçado um plano: encenar uma lesão, incluindo o enfaixamento da perna do atleta. Assim, até a entrada das equipes em campo, ele era tratado como possível ausência na equipe comandada por Celso Roth.
— Um amigo me falou que o Grêmio me respeitava muito, porque eu ia para cima dos zagueiros. Aí veio essa coisa de deixar em dúvida se eu ia jogar. Inventaram essa tala e eu topei. Fizemos um treino, eu dividi a bola com o Fábio Rochemback e caí. Os médicos entraram em campo e a tala já estava ali logo em seguida. Ninguém se deu conta, mas ela já estava pronta do lado do banco. Passei a semana inteira treinando escondido. Foi uma coisa bem planejada, mas depois que passou, você pensa: "Que risco a gente correu". Eu iria sair pela porta dos fundos se desse errado. Mas valeu o risco — conclui.
Ficha técnica:
Gre-Nal 334: Inter 1x0 Grêmio (Gauchão de 1997)
Inter: André; Enciso, Márcio, Gamarra e Régis; Anderson, Fernando, Arílson e Sandoval (Celso Vieira); Fabiano (Luiz Gustavo) e Christian (Paulo Diniz). Técnico: Celso Roth.
Grêmio: Danrlei; Arce, Wagner Fernandes (Zé Afonso), Mauro Galvão e Roger; Otacílio, Goiano, Emerson e Carlos Miguel; Paulo Nunes e Zé Alcino. Técnico: Evaristo de Macedo.
Gol: Fabiano