Diante da paralisação no futebol por tempo indeterminado, o Inter terá muita dificuldade para atingir as metas financeiras estipuladas no Profut, o programa de refinanciamento de dívidas dos clubes com a União. Apesar de a lei estipular punições severas, o clube mostra tranquilidade e muita convicção de que o governo federal mudará as regras, diante de um "fato de força maior”, como é o caso da pandemia de coronavírus.
O Profut proíbe que os clubes adeptos do programa apresentem um déficit superior a 5% do faturamento do ano anterior. Como o Inter teve uma receita de R$ 292 milhões em 2019, o resultado negativo de 2020 não pode passar de R$ 14,6 milhões. Entre as penas previstas, estão a cobrança imediata das dívidas e a exclusão do programa de refinanciamento.
O problema é que, mesmo antes da pandemia, o Inter já tinha apresentado ao Conselho Deliberativo um plano orçamentário prevendo um déficit de R$ 13,6 milhões em 2020. Como o clube deve ficar pelo menos três meses sem receitas importantes, devido à paralisação dos campeonatos, a tendência é de que o resultado negativo seja bem maior. Além disso, é inviável pensar em venda de atletas com o futebol parado no mundo todo.
No entanto, a direção colorada se mostra bastante tranquila em relação a isso. Nos bastidores, os dirigentes têm a convicção de que o governo federal e o Congresso Nacional vão mudar as regras do Profut para o ano de 2020, diante do prejuízo inevitável causado pela pandemia. Afinal, nenhuma meta será descumprida por falta de responsabilidade fiscal dos clubes, e sim por conta de "um fato de força maior" impossível de ser previsto.
Além disso, os clubes brasileiros pedem ao governo federal a suspensão do pagamento das parcelas do Profut enquanto o futebol estiver paralisado. O assunto está sendo estudado pelo Ministério da Economia.