Depois das críticas do técnico Eduardo Coudet à condição dos gramados do Beira-Rio e do CT do Parque Gigante, a direção do Inter reconheceu que os campos ainda não estão 100%. No entanto, o clube promete resolver os problemas até o dia 18 de março, quando a equipe colorada enfrenta o América de Cali, em casa, pela Libertadores. No caso específico do estádio, os dirigentes colorados alegam que um show ocorrido em dezembro prejudicou a qualidade da grama.
— O campo do Beira-Rio está bom, mas ainda não está em perfeitas condições. O show que ocorreu em dezembro do ano passado danificou o gramado e prejudicou um pouco a qualidade. Em função dessas falhas, tivemos que replantar alguns trechos do gramado. Em janeiro, trocamos algumas placas (de grama). Mas o processo está em estágio avançado. No dia 18 (data do jogo contra o América de Cali), essas emendas estarão integradas ao restante do campo — explica o vice-presidente de patrimônio do Inter, Marcelo Poloni.
O show que o dirigente se refere é o Universo Alegria, festival de música sertaneja que ocorreu no Beira-Rio no dia 14 de dezembro de 2019. A direção acredita que a seca que atingiu o Rio Grande do Sul ao longo do verão pode ter atrasado a consolidação da grama, além de ter afetado os dois campos do CT Parque Gigante, que também foram alvos de críticas por parte de Coudet.
— O que falta para ficar pronto no CT é o terceiro campo, cuja entrega está prevista para 30 dias. Os outros dois campos estão bons, mas ainda não estão perfeitos por conta da estiagem ocorrida no verão — completa Poloni.
Visualmente, nem o gramado do Beira-Rio, nem os do CT do Parque Gigante aparentam algum problema. No entanto, o assunto veio à tona na entrevista do técnico Eduardo Coudet após a vitória por 2 a 0 sobre o Brasil-Pel, neste domingo (8). Sem ser perguntado sobre o assunto, o treinador fez críticas aos campos.
— Gostaria que melhorassem os gramados. Isso tem me preocupado, pois não estão da melhor forma. Conversei com o pessoal da direção, e eles estão procurando os profissionais para ajeitarem isso. Aqui (no Beira-Rio) e lá (no CT Parque Gigante). Afinal, os treinamentos são importantes — disse o técnico.
Após a entrevista do treinador, o diretor-executivo de futebol colorado, Rodrigo Caetano, minimizou as críticas e enalteceu a estrutura do clube.
— O gramado vem em evolução. Assim como o Coudet é perfeccionista no time, também é nessa questão do gramado. Estamos fazendo uma busca incessante pela melhora. O Beira-Rio e o CT sempre foram referências. Vamos retomar isso rapidamente. Essa reclamação é para manter o sarrafo alto. Aqui, ele tem melhor infraestrutura, melhor material humano do que nas outras equipes que ele treinou. O Inter está em um patamar acima, senão de todos, mas de quase todos do futebol argentino e do futebol sul-americano — disse Caetano.
Em meio ao debate sobre o gramado colorado, existe o impasse que envolve o show da banda Metallica, no dia 19 de abril, que inicialmente estava marcado para a Arena do Grêmio. Como está marcado jogo do time gremista contra a Universidad Católica na mesma data, a produtora do evento procurou a BRio, empresa que administra as áreas de entretenimento do Beira-Rio, para transferir o evento para o estádio colorado. Porém, o Inter considera inviável que o estádio abrigue o show.
Segundo o presidente Marcelo Medeiros, seria "complicadíssimo" o Beira-Rio receber o Metallica, devido ao pouco tempo para organização, ao impacto sobre o gramado, à proximidade com uma possível final de Gauchão e também ao jogo do time feminino colorado contra o Santos, marcado para 22 de abril, um dia após a apresentação do grupo de rock norte-americano.