Jefferson Marques da Conceição, mais conhecido como Jefferson Feijão, já deixou Porto Alegre há quase 17 anos, mas nem por isso deixou de acompanhar o Inter. Torcedor confesso do Colorado, o ex-atacante vive uma situação recorrente entre ex-jogadores de futebol. Mesmo depois de se aposentar, Feijão, agora com 41 anos, tentou manter o contato com os campos, chegou a atuar no futebol 7 em Belo Horizonte e a abrir uma escolinha de futebol na cidade, mas nada que fosse para frente.
— Voltei para Belo Horizonte e pensei em continuar jogando, mas meu corpo não aguentava mais. Sentia muitas dores e já estava todo operado. Não tinha como continuar. Segui relacionado ao futebol, mas também não deu certo — contou Feijão, com a tranquilidade que também mostrava em campo.
De uns tempos para cá, achou uma nova função: virou motorista. Primeiro, do Ministério Público do Estado e, atualmente, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Com uma mudança tão brusca de profissão, o ex-atacante, entre risos, conversou com a reportagem de GaúchaZH.
— Trabalho 10 horas de segunda a sexta-feira. Levo do pessoal da manutenção a promotores e desembargadores. E não adianta, o futebol não sai de perto de mim. Quando tem jogo, o pessoal começa a perguntar sobre as partidas e a puxar assunto. Para mim, é bem tranquila essa nova vida — conta o ex-atleta.
O convite, confessa Feijão, surgiu de forma inesperada, mas em um momento oportuno. Sua escolinha de futebol havia perdido alunos, e o ex-jogador optou por fechá-la. Quando menos esperava, recebeu o convite para trabalhar como motorista do Ministério Público de Minas Gerais, o que prontamente foi aceito.
— Eu já conhecia um pessoal que trabalhava lá. Então, quando o convite veio, acabei aceitando. Agora, acabei mudando para o Tribunal. Gosto muito do que eu faço — afirma Feijão.
Mesmo estando há 17 anos longe de Porto Alegre, Jefferson diz que ainda acompanha o futebol do Inter, mesmo que não com a frequência que gostaria. E o ex-atacante não está feliz com o que vem sendo apresentado pelo Colorado.
— Tô p... com o Inter. Não só pelo que tem mostrado dentro de campo, mas achei uma sacanagem o que foi feito com o Odair. Chegou até à final da Copa do Brasil, acho que ele não merecia sair do clube. No final de semana, perdi 10 cervejas aqui no Gre-Nal. Nossas apostas são grandes (risos) — disse o, agora, motorista.
Desde que saiu do Inter até pendurar as chuteiras, Feijão passou por times da Coreia do Sul, Goiás, Botafogo, Avaí e pelo futebol chinês.