
No único outro clássico da história da Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 1972, o ídolo colorado Falcão fazia suas primeiras atuações como jogador do Inter, que ganhou o Gre-Nal por 4 a 1. Se Praxedes tem um longo caminho a percorrer para cogitar chegar ao patamar do ex-camisa 5 campeão brasileiro, pode dar um importante passo neste sábado (25), no Pacaembu, liderando o time Colorado contra o Grêmio na decisão da competição.
Nesta Copinha, é o vice-artilheiro da equipe, com dois gols em oito jogos. O mais importante foi o que abriu o placar na vitória por 2 a 0 contra o Botafogo-SP. O chute de esquerda que fez a curva e morreu no canto direito da meta foi eleito o mais bonito das quartas de final, e concorre ao Prêmio Dener, dado ao gol mais bonito da competição. Um na final, mesmo que menos bonito, seria ainda mais importante.
O Inter corre atrás de sua quinta Copinha. Se isso acontecer, será o segundo título da carreira do jogador, que chegou ao time colorado no final de 2018. Nascido em 2002 na cidade de Itaboraí, a 50km do Rio de Janeiro, ele começou a carreira no Vasco e se destacou no Fluminense. No tricolor carioca, foi campeão carioca sub-15 em 2017, vencendo os dois turnos e sendo o camisa 10. Seu técnico entre os 13 e 15 anos, Leonardo Ramos preferia Praxedes jogando na segunda função do meio, onde atua hoje. O treinador diz que o guri acabou recebendo a responsabilidade de organizar os ataques por sua habilidade com a bola no pé e por ter uma personalidade forte.
— Era um dos jogadores que tinha mais recurso para achar o jogo em profundidade, dar assistência e finalizar bem no gol. Mas eu sabia, que quando chegasse a um funil, em categorias superiores, ele se destacaria mais como camisa 8 — comenta, acrescentando que era um atleta eficiente, àquela altura com apenas 15 anos.
Tal intensidade se refletia também no desenvolvimento pessoal. Ramos conta que insistia em corrigir posicionamentos e estipular metas de passes certos, por exemplo, para que Praxedes se tornasse o volante que tinha potencial para ser:
— Dizia para ele que as ações dele tinham de ser positivas. Poderia até errar, mas fazendo a escolha certa.
Praxedes ouvia e trabalhava para melhorar. Sua vontade de vencer, entretanto, chegou a falar mais alto do que as orientações do técnico. Leonardo Ramos relembra que Praxedes saiu reclamando por ter sido substituído.
— Falou alguma coisa e eu retruquei. Cheguei a dizer que ele não tinha acertado nada, foi com o sangue quente. Mas era discussão de jogo, com respeito. Ele é o jogador que é hoje porque não se omite, tem muita personalidade. Foi assim desde garoto.
Praxedes ainda recebe o carinho e a torcida do antigo técnico carioca via redes sociais. Ramos acredita que o volante é acima da média e pode desequilibrar o clássico que significaria a quinta conquista Colorado da Copinha.
— Vai lutar muito na busca pelo título. Já teve experiências ganhando e perdendo, está preparado e consciente do que tem de fazer neste momento de jogos difíceis. É nesses que ele quer aparecer — finalizou.