Contratado em janeiro, por empréstimo, para ser uma opção no ataque, após a saída de Leandro Damião e no período em que Paolo Guerrero ainda cumpria suspensão por doping, Santiago Tréllez não marca um gol há 13 meses.
Pelo Inter, o colombiano disputou 13 jogos desde sua estreia, esteve em campo durante 708 minutos e ainda não conseguiu balançar as redes. Foi titular em oito partidas e em momento algum caiu nas graças da torcida, apesar das oportunidades ganhas e dos elogios que recebeu do técnico Odair Hellmann, quando o clube ainda negociava sua contratação.
— É um jogador com característica específica, jogador bom, goleador. Tem característica que se encaixa muito no futebol. É muito competitivo em relação à movimentação, à participação, centroavante com característica bem específica —disse o treinador, no começo de janeiro deste ano.
O início do jejum de Tréllez começou ainda em seus tempos de São Paulo, clube com o qual ainda tem vínculo. Foi no Morumbi que ele fez seu último gol, no dia 2 de setembro de 2018, no empate em 1 a 1 contra o Fluminense. No clube paulista, acumulou 11 partidas e 424 minutos sem balançar as redes, o que, somado ao período no Beira-Rio, totaliza 24 jogos, com 1.132 minutos sem colocar a bola dentro do gol de adversários do Gauchão, Brasileirão e Libertadores.
Em virtude do mau desempenho quase deixou o Beira-Rio durante o período da Copa América. Porém, não houve acerto entre o Inter o Vasco, clube que chegou a tentar levá-lo.
Segundo o diretor executivo de futebol do Inter, Rodrigo Caetano, o clube recebeu três ofertas pelo centroavante (uma delas do Vasco, que exigia que o Inter bancasse parte do salário do atleta), mas nenhuma que interessasse para sua liberação.
— O Tréllez é jogador do Inter até o fim do ano — disse Caetano. — Tivemos propostas para liberá-lo para outros clubes, mas achamos mais interessante a sua permanência — completou o dirigente, durante o período de intertemporada, no mês de junho, em Atibaia.
Quando apresentado como reforço colorado, Tréllez mostrou bastante otimismo em triunfar em Porto Alegre.
— A competição no ataque será boa. Tem jogadores aqui que são muito qualificados e todos querem jogar. Estou muito contente e irei mostrar meu máximo nos treinamentos. O dia a dia vai determinar quem vai jogar, não vai ser fácil. Nos jogos nunca vai faltar vontade de vencer. Essa camiseta é pesada, é grande. Tenho vontade de vencer aqui. Vou trabalhar cada dia para ganhar um lugar no time. Espero que quando eu tiver a oportunidade, faça gols e ajude a equipe em campo — disse em 18 de janeiro.
A última partida do atacante de 29 anos foi contra o Fortaleza, no dia 17 de agosto, quando ele atuou por 64 minutos. Curiosamente, Guilherme Parede, seu substituto, fez no minuto seguinte a jogada para o gol da vitória, marcado por Wellington Silva.
Desde então, o Inter disputou mais 12 jogos e ele só foi relacionado para três: a derrota para o Goiás; o empate contra o Flamengo, pela Libertadores; e a vitória sobre a Chapecoense, no primeiro jogo depois da perda do título da Copa do Brasil. Nos três, ele não foi utilizado.
Segundo o departamento de futebol, a ausência do colombiano se deve à opção técnica. Até mesmo a limitação de cinco estrangeiros, em jogos de competições organizadas pela CBF, não pode ser levada em conta, já que o Inter tem quatro gringos titulares, Víctor Cuesta, Paolo Guerrero, Nico López e D'Alessandro. A quinta vaga, no banco, é disputada entre o colombiano e o argentino Sarrafiore.
Tréllez está emprestado ao Inter até o fim deste ano. Para ter o atacante até o final da temporada, o clube gaúcho precisou pagar R$ 1,5 milhão ao São Paulo, que desembolsou R$ 6 milhões por 70% dos seus direitos econômicos e tem vínculo com o atacante até dezembro de 2021. No contrato com o Inter, ainda está prevista a opção de compra no valor de 3 milhões de euros.