O primeiro Inter de Zé Ricardo foi diferente: depois de trocar de técnico, também mudou peças e postura diante do Bahia, na vitória por 3 a 2 na Arena Fonte Nova, pela 28ª rodada do Brasileirão. O estreante da noite deixou claro, antes mesmo de a bola rolar, a intenção dos colorados na noite.
— Desejamos jogar mais próximo do Guerrero. Vamos subir marcação, compactar a equipe. Fazer o jogo de pivô, mas também aproveitar a velocidade dos nossos homens de área — afirmou.
Para reintegrar o até então isolado atacante peruano à zona criativa do time, Zé Ricardo promoveu as entradas de Neilton, Guilherme Parede e Wellington Silva. O trio tinha a missão de suprir as ausências dos suspensos D'Alessandro e Patrick e também de Nico López, que perdeu a titularidade. Deu certo: o que se viu em campo em Salvador foi uma equipe mais veloz. Guerrero, que não marcava havia sete jogos, voltou a balançar as redes adversárias e ainda foi participativo nas jogadas de ataque envolvendo as novidades da primeira escalação do treinador.
— Desde o primeiro contato, eu já pensava em aproveitar ao máximo o Guerrero. Ele é um artilheiro de nível internacional. Teve uma grande atuação, além dos dois gols, o que passa para ele uma confiança ainda maior — elogiou.
O moral para o centroavante chega em uma semana em que o Inter reencontrará seu algoz na Copa do Brasil — e que, de certa forma, foi o principal responsável pela mudança no comando técnico colorado. Na quinta (31), o time de Zé Ricardo recebe o Athletico-PR no Beira-Rio, às 21h30min. Bruno Fuchs, suspenso, deve dar lugar a Roberto ao lado de Victor Cuesta na zaga, e D'Alessandro retomará a titularidade no lugar de Neilton. Patrick, no entanto, não tem presença assegurada, uma vez que o sistema sem o tripé de volantes — a grande marca de Odair Hellmann — foi desmanchado pelo novo comandante.
— A gente pegou uma herança bem organizada pelo Odair e pelo Maurício Dulac. Vamos dar continuidade ao que o Inter já tem e alimentar a equipe com mais ferramentas. De qualquer forma, não tem como fazer mais coisa em três dias de trabalho. O (Ricardo) Colbachini e o Caíco (auxiliares do Inter) me ajudaram muito. Os atletas se entregaram demais, sabem do tamanho do Inter, e eles merecem coisas boas ao final da competição — acrescentou.
As novas ferramentas promovidas por Zé Ricardo deram ao Inter maior repertório na semana que termina com a disputa do clássico Gre-Nal no domingo (3), às 18h, na Arena. Contra o Grêmio, o esforço será para ter o retorno de Rodrigo Moledo: o zagueiro estará à disposição da comissão técnica nesta segunda (28) para voltar a treinar com o grupo após lesão muscular na coxa direita.
Quem parece ter perdido espaço é Nico López. Além de ser sacado dos 11 iniciais, o atacante não foi um dos três escolhidos para ingressar no decorrer da vitória de sábado (26). Os primeiros eleitos de Zé Ricardo foram William Pottker, Sarrafiore e Bruno Silva para entrarem no segundo tempo. O treinador, no entanto, afirmou que a situação foi específica para enfrentar o Bahia.
— O Nico é um jogador de muita qualidade. Ele tem uma fantasia, principalmente no último terço do campo. Conheço bem o Neilton e o Wellington. Eu sabia que eles poderiam me dar um volume grande pelo lado e precisávamos de uma válvula de escape para atuar contra o Bahia — completou.