Confirmada a demissão de Odair Hellmann, o Inter partirá em busca de um novo treinador. Porém, de acordo com o presidente Marcelo Medeiros, existe a chance de que até domingo (13), quando o Colorado recebe o Santos, um novo profissional ainda não tenha sido anunciado. Desta forma, caberá ao jovem Ricardo Colbachini, de 33 anos, a missão de comandar o time na 25ª rodada do Brasileirão.
Apesar de nunca ter sido jogador profissional, o caxiense trabalha com futebol há quase uma década. Ainda cursando Educação Física, então com 17 anos, treinou o time sub-10 do Juventude, que tinha atletas como Alex Telles, Ramiro e Bressan — que posteriormente viriam a ser contratados pelo Grêmio. Aliás, também passou pela base tricolor. Porém, foi no Caxias onde recebeu holofotes pela primeira vez.
Assim como ocorrerá neste fim de semana, Colbachini assumiu o vestiário de maneira interina em 2011. Chegou, inclusive, a enfrentar o Inter de Celso Roth no Gauchão, empatando em 3 a 3. O maior feito, contudo, foi alcançado na Copa do Brasil, quando ajudou o time grená a chegar às oitavas de final depois de vencer o Botafogo-PB. Dias depois, o clube anunciaria Guilherme Macuglia para seu lugar.
— Se não me falha a memória, assumiu após a saída do Lisca, quando perdemos a final do turno para o Grêmio nos pênaltis. E ele lidou com muita naturalidade, apesar de ser muito jovem. Soube lidar tanto com gestão de grupo como com a questão tática. Tinha uma linha muito próxima do Lisca, então não tivemos problemas para nos adaptar. É um rapaz que tem bastante potencial — avalia o volante Itaqui, que pertencia àquele time do Caxias e hoje atua no Paraná.
Após voltar para a base do Alfredo Jaconi, o treinador chamou atenção da diretoria colorada. Em 2013, foi contratado para a categoria sub-17. Subindo de maneira gradual, chegou ao sub-20 e, finalmente, ao time B — após a demissão de Clemer.
Com o uniforme colorado, levou a equipe às finais das três edições do Brasileirão de Aspirantes. No primeiro ano, em 2017, conquistou o título sobre o Santos. Em 2018, acabou derrotado pelo São Paulo. E agora só não poderá buscar o bicampeonato no domingo, no clássico Gre-Nal agendado para Caxias do Sul, porque estará na casamata do Beira-Rio, comandando atletas como Víctor Cuesta, Nico López e D'Alessandro.
— É um dos treinadores que tem mais títulos nas categorias de base no Brasil. Tem um grande potencial, sabe trabalhar bem taticamente com os meninos. É talhado para vencer. Está sempre nas finais, levantando taças — comenta Jorge Macedo, ex-diretor executivo do Inter e que, quando geriu a base colorada, foi responsável pela contratação de Colbachini no Beira-Rio.