Artilheiro do Inter na temporada, com 13 gols, Paolo Guerrero marcou apenas duas vezes fora do Beira-Rio. Culpa do peruano? Nem tanto. No primeiro jogo da final da Copa do Brasil, contra o Athletico-PR, a postura defensiva apresentada pelos colorados, com todos os demais jogadores postados atrás da linha da bola, fez com que o centroavante aparecesse novamente sozinho entre os zagueiros adversários.
Isolamento
De acordo com o Footstats, o Athletico-PR teve mais de 60% de posse de bola. Além disso, os anfitriões trocaram quase que o dobro de passes (467 contra 240). Com tamanha imposição, o Inter se condicionou a defender para, em segundo plano, buscar contra-ataques. Não há uma novidade nesta postura apresentada pelos comandados de Odair Hellmann. Este mesmo cenário também já havia sido encontrado fora de casa contra o Palmeiras, pelas quartas de final da Copa do Brasil, e diante do Flamengo, na Libertadores.
O isolamento de Guerrero fica ainda mais evidente ao analisar o mapa de calor elaborado pelo site de estatísticas em cima da partida desta quarta-feira (11). Não à toa, ele foi o jogador que mais sofreu roubadas de bola: 10 vezes.
Pivô
Embora tenha recebido do site Sofascore — ao lado do zagueiro Rodrigo Moledo — a maior nota do time colorado (7,0), o camisa 9 foi responsável por apenas uma finalização durante os 90 minutos — logo no início do jogo, quando tromba com Patrick e, de fora da área, chuta para fora. Ou seja, Guerrero não funcionou como um jogador terminal.
Atleta mais ofensivo da equipe, muitas vezes ele era o único postado no campo de defesa do Athletico-PR. Assim, teve somente duas utilidades na Arena da Baixada: pressionar a saída de bola adversária e servir como desafogo para lançamentos. Contudo, sem velocidade para puxar contra-ataques contra os zagueiros, o peruano não tinha outra alternativa que não fazer o papel de pivô, escorando a bola para quem vinha de trás.