A diferença do poder aquisitivo entre Flamengo e Inter salta aos olhos. Enquanto os colorados contrataram Natanael e Bruno Silva na janela de transferências, os cariocas repatriaram da Europa: Rafinha, Gerson e Filipe Luís. Além disso, chegaram ao Ninho do Urubu o zagueiro espanhol Pablo Marí e o técnico português Jorge Jesus. Mas, embora o fator econômico permita trazer reforços de peso, os flamenguistas não se colocam na condição de favoritos nas quartas de final da Libertadores.
— Pelo nome e pela camiseta, todo mundo pode pensar assim (que é favorito), mas dentro do vestiário a gente sabe que não é assim. Sabemos que é um jogo que vai ser super complicado. O Inter tem também uma das melhores equipes do Brasil, senão da América, com jogadores acostumados a este tipo de jogos. Então, não podemos pensar nunca que somos favoritos pelos nomes. Temos de demonstrar no campo — disse o lateral-esquerdo Filipe Luís, em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (20).
Aos 34 anos, o atleta retornou ao Brasil após 15 anos de Europa. Deste tempo todo, foram sete temporadas pelo Atlético de Madrid. Sob o comando de Diego Simeone, enfrentou os grandes times europeus, contra clubes mais ricos e com maiores grifes — chegando a duas finais de Liga dos Campeões, contra o Real Madrid, em 2014 e 2016. Agora, no torneio sul-americano, deixa de ser o franco atirador para ser o alvo.
— No Atlético, realmente, a gente defendia para depois atacar. Jogava em função do adversário. Eu acho que em uma eliminatória, é fundamental o primeiro jogo. Ele vai definir tudo. A gente espera que o Inter venha como vem jogando: fechado, defendendo bem, com um contra-ataque forte. Nosso time quer propor o jogo, então tem que estar muito atento na hora de ter a bola, porque é quando os times mais se desorganizam — comentou.
Catarinense de Jaraguá do Sul-SC, Filipe Luís foi revelado pelo Figueirense e, daquela época, guarda a recordação da única vez que encarou o Inter, adversário desta quarta.
— Enfrentei o Inter com o Figueira e ganhamos o primeiro jogo do Campeonato Brasileiro de 2004. Lembro que ainda tive que marcar o Nilmar. Boas lembranças, mas outros tempos — avaliou ele.