A bola aérea defensiva é o calcanhar de aquiles do Nacional-URU, adversário do Inter nesta quarta-feira (24), pela Libertadores. É consenso no Uruguai que o time de Alvaro Gutierrez sofre muito com os cruzamentos alçados na área em 2019. A preocupação aumenta pelo fato de os colorados contarem com o atacante Paolo Guerrero, um exímio cabeceador.
Apesar da vitória por 2 a 1 sobre o Danubio, no último domingo (21), o jornal El País, principal do Uruguai, chamou atenção para os erros frequentes do Nacional na bola aérea defensiva: "Algo que deve preocupar o Nacional é que o Danubio ganhou várias disputas no jogo aéreo. Três cabeceios passaram perto do travessão", escreveu o diário.
— Este é um tema que segue me preocupando, porque o nosso plantel não é muito grande em altura. Quando jogamos contra equipes mais altas, nos complicamos — disse o técnico Álvaro Gutierrez, em entrevista recente.
Apesar da preocupação do treinador, as médias de altura de Nacional e Inter são parecidas. Enquanto o time uruguaio mede, em média, 1m80cm, os colorados são apenas um centímetro mais altos. No entanto, a fragilidade da equipe uruguaia nas laterais defensivas e a presença de um cabeceador como Guerrero no adversário preocupam.
— Quando o lateral-esquerdo Viña vai à linha de fundo, às vezes ele demora para voltar. Já o lateral-direito Cotugno não é tão bom na marcação. Além disso, o goleiro Mejía é muito bom em baixo das traves, mas, às vezes não se decide na hora de sair do gol (em bolas aéreas). Apesar de ter dois zagueiros grandes, o time tem uma certa descontração nas bolas aéreas e na bola parada — relata o jornalista Alberto Perez, apresentador do programa Las Voces dei Fútbol, na rádio 1010 AM, de Montevidéu.
A preocupação é compartilhada por outros jornalistas uruguaios.
— A bola aérea defensiva é um dos pontos fracos do Nacional. É um fundamento em que o time vem enfrentando problemas nas últimas partidas — afirma o jornalista Carlos Badakhian, da Rádio Oriental.
— As laterais e as jogadas dos adversários pelos lados são pontos negativos do Nacional. A equipe sofre gols no jogo aéreo por isso e pela baixa média de altura dos jogadores — completa Nicolas Saul, jornalista da Rádio Cristal, de Montevidéu.
Embora também venha sofrendo com a bola aérea na temporada, como no empate por 1 a 1 com o Grêmio, no sábado (20), o Inter pode usar a mesma estratégia para surpreender o Nacional na quarta (24), no Parque Central.