Edenilson permanecerá no Beira-Rio. Ao menos, por enquanto. A garantia é do vice de futebol do Inter, Roberto Melo. O dirigente assegurou que o clube rejeitou a primeira oferta do Al Hilal para a compra do camisa 8. Ainda que não revele os valores, a proposta teria sido de R$ 15 milhões.
— Edenilson só deixa o Inter se a proposta for irrecusável para ele e para o clube. Ele está feliz aqui, está comprometido com o nosso projeto — disse Melo.
O problema para o Inter é que os árabes já apresentaram uma oferta irrecusável ao meio-campista. Caso assine com o Al Hilal, Edenilson receberá salário superior a R$ 750 mil mensais por um contrato de quatro anos. Ou seja: mais de R$ 36 milhões para vestir a camisa do clube árabe.
— Não existe nada definitivo na vida, ainda mais no futebol. Chegou uma oferta e ela foi recusada. Por enquanto, podemos direcionar as vendas. O Iago, ainda que jovem, acabará sendo uma venda. Para que possamos cumprir compromissos, se não a conta não fecha. Para tirar Edenilson, precisa chegar uma proposta daquelas impossíveis de se recusar. Neste momento, porém, o clube não tem interesse nesta venda. É uma boa proposta, mas não o suficiente para tirar Edenilson daqui — afirmou o dirigente colorado.
A saída de Edenilson, considerado o principal jogador do meio-campo de Odair Hellmann, colocaria em xeque a campanha da equipe para o segundo semestre, que terá Libertadores, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro.
Em um primeiro momento, caso Edenilson seja vendido, Nonato poderia ser deslocado para a direita, com o ingresso de Patrick no lado esquerdo do meio-campo. O retorno do meia chileno Charles Aránguiz, que ainda tem mais um ano de contrato com o Bayer Leverkusen, no momento, é considerado improvável no momento. O clube (junto com um investidor) precisaria desembolsar cerca de R$ 34 milhões para comprar o chileno.
Mas Aránguiz poderá ser uma realidade colorada dento de um ano. O camisa 20 da seleção do Chile foi comandado pela dupla Marcelo Medeiros e Roberto Melo, na temporada 2014, quando eles dirigiam o departamento de futebol do Inter. O vínculo do chileno com o Bayer se encerra em 30 de junho de 2020, e ele poderá assinar um pré-contrato com outro clube ao final da temporada 2019.
Nos primeiros meses deste ano, o Inter chegou a encaminhar um acerto com Charles Aránguiz, porém, esbarrou os euros pedidos pelos alemães para a liberação imediata. E, como não houve acerto ou um aporte financeiro de investidores, o retorno do meia precisou ser adiado.
Para que o Inter tenha condições de fazer um mínimo de caixa, a fim de bancar despesas do clube, e evitar a venda de Edenilson, Iago está de saída. O campeão do Torneio de Toulon com a seleção brasileira sub-23 será vendido ao futebol alemão. O Augsburg, clube da cidade homônima e que fica distante 70 quilômetros de Munique, conseguiu se manter na Primeira Divisão. Agora, pagará cerca de 8 milhões de euros (aproximadamente R$ 34 milhões) pelo lateral-esquerdo. O Inter detém 50% dos direitos econômicos de Iago, e deverá buscar apenas uma reposição para a função.
Com a venda de Iago, o Inter terá Uendel como o novo titular, enquanto busca uma reposição de ocasião no mercado. Mesmo com os cerca de R$ 17 milhões que deverá receber na transação. Sidcley, lateral-esquerdo de 26 anos, ex-Corinthians, e atualmente no Dínamo Kiev, surge como opção. Medalhões estão descartados, para qualquer função, nesse meio de temporada. Além de Iago, o Inter terá um aporte de cerca de R$ 7 milhões, no próximo mês, quando o Belenenses-POR adquirir em definitivo o volante Eduardo Henrique, que foi cedido por empréstimo no começo da temporada. O clube gaúcho tem 50% dos direitos do jogador.
Temendo a saída de Edenilson, a torcida do Inter se mobilizou nas redes sociais, e fez um apelo pela permanência do jogador. A campanha "#FicaZidanilson" - em uma referência dos colorados ao craque francês Zidane, pela elegância com a qual Edenilson joga - mobilizou milhares de torcedores desde a noite de segunda-feira, quando a oferta árabe foi conhecida.