No dia 15 de abril, o Conselho Deliberativo do Inter aprovou por unanimidade e sem ressalvas as contas de 2018. Os dados apresentados demonstram importantes avanços.
Depois da tempestade, o clube vem aos poucos buscando o seu caminho. Apesar dos números ainda serem preocupantes, existem avanços. O empenho para a redução de custos e para o alongamento dos prazos das dívidas são esforços visíveis. A dificuldade de liquidez do clube permanece em patamares importantes. Entretanto, conseguimos cumprir a meta do Profut, boa parte com base num perdão de dívida de investidor. Não é uma ação estrutural, mas a meta foi atingida.
Mas como sempre para um clube grande, precisamos mais. Muito mais para conquistar tudo de novo.
Na década de 2000, o Inter passou boa parte como o terceiro clube em faturamento no Brasil. Chegamos a ser o segundo em 2010. Em 2018, ocupamos o oitavo lugar, R$ 360 milhões a menos de faturamento do que o Palmeiras (primeiro em faturamento). Essa posição cobrará um preço logo adiante. Os primeiros cinco clubes em faturamento já estão acima de R$ 400 milhões. Enquanto isso, o Inter atingiu o patamar de R$ 293 milhões.
No futebol atual, estar no topo desse ranking é um imperativo. A distância entre os cinco primeiros clubes em faturamento sobre os demais é crescente. Para isso, é preciso que o clube todo se mobilize para buscar novas receitas e para ampliar as já existentes. Isso não vem ocorrendo na necessidade do mercado futebol. É preciso muito mais. E é uma missão de todo o clube.
É claro que, como clube de futebol, o gasto do Inter com sua atividade fim é alto. Porém, é preciso rever uma política de futebol que contrata mais do que valoriza a base. Nos últimos anos, conquistamos dois títulos importantes na base: o Brasileirão de Aspirantes com o sub-23 em 2017 e a Copa do Brasil Sub-20 em 2014. É sabido que o objetivo da base não é ganhar títulos, mas se as taças estão vindo, é sinal de que nossos atletas se destacam diante dos demais. Dos 13 atletas que disputaram a final em 2014, apenas Rodrigo Dourado joga no Inter. William foi vendido ao Wolfsburg em 2017. Do time de 2017, nenhum dos que jogaram a final encontra-se no grupo principal hoje. É sabido que só com sequência e confiança os jovens ganham espaço. Alisson e Dourado estão aí para não nos deixar esquecer disso. Sarrafiore começa a dar as mesmas mostras.
Fica evidente que o futuro do clube passa por aumentar suas receitas. E, como sempre testemunhamos na nossa história, o futuro do Inter passa também por seu celeiro de ases.