O Inter entrou em contagem regressiva para a estreia na Libertadores. O jogo contra o Avenida, neste domingo, às 17h, no Estádio dos Eucaliptos, será o último compromisso oficial do time de Odair Hellmann antes de enfrentar Talleres ou Palestino, em Córdoba-ARG ou Santiago-CHI. Depois da partida pelo Gauchão, serão 10 dias de reflexões, com jogos-treinos diante de Guarani-VA e São José, para que a comissão técnica rode o grupo e defina os 30 nomes da lista inicial para a Libertadores. E há dúvidas no ar.
Sem conseguir fazer o time decolar neste começo de temporada, o treinador tem feito testes e modificado a formação titular. Vinte e sete atletas já foram usados por Odair nestas sete rodadas do ano. E há pelo menos quatro vagas em aberto na equipe: a lateral esquerda, duas funções do meio-campo (um volante e um armador, caso se mantenha o tripé com três volantes; dois armadores; ou até mesmo algo mais ousado, dois atacantes de lado) e a vaga de centroavante — ou a do jogador mais agudo do ataque. Estes lugares no time são disputados por oito jogadores.
A de menor concorrência é a lateral, onde Iago — de atuações irregulares neste Gauchão — pode perder a vez para o experiente Uendel. Do meio para a frente, são seis brigando por três vagas: D'Alessandro, Nonato, Patrick, Neilton, William Pottker e Pedro Lucas. Odair Hellmann fez mistério para o jogo contra o Avenida. Edenilson e Nico López — dois titulares absolutos, além de Marcelo Lomba, Zeca, Rodrigo Moledo, Víctor Cuesta e Rodrigo Dourado — estão suspensos. Aí, abre-se uma série de possibilidades para que Odair monte o seu quebra-cabeças e encontre um time titular para a principal competição do ano.
— Nosso esquema depende do jogo e do adversário. Jogamos com dois volantes em Caxias do Sul (vitória sobre o Juventude) e fomos bem. Mas precisamos mudar aqui, contra o Caxias. Eles tinham muitos jogadores no meio do campo e voltamos ao tripé. Não fomos tão bem, mas ganhamos. Isto é o que vale. O resultado é mais importante, pois ele dá confiança a todos. O ambiente fica melhor. Esperamos ganhar mais uma para chegar com 100% à Libertadores — comentou o capitão Rodrigo Dourado.
No jogo contra o Brasil-Pel, o Inter foi escalado no sistema 4-2-3-1, com dois volantes, Dourado e Edenilson, um armador, D'Alessandro, dois atacantes de lado, Neilton e Nico López, e um centroavante, Santiago Tréllez. O esquema foi repetido diante do Juventude, mas com Dourado e Edenilson; Neilton, William Pottker e Nico López; Tréllez. Porém, na recente vitória sobre o Caxias, Odair voltou a 2018, com o seu 4-1-4-1, retomando os três volantes, Dourado mais Edenilson e Nonato, com dois atacantes de lado, William Pottker e Neilton, e um centroavante, Pedro Lucas.
A outra dúvida é mais pontual, pelo lado esquerdo da defesa. Sejamos sinceros: nem Uendel nem Iago são laterais dos sonhos dos colorados. Se o Inter ficou anos e anos sem um lateral-esquerdo confiável até o surgimento de Jorge Wagner (ala-esquerdo de Abel Braga na Libertadores), de Rubens Cardoso (lateral-esquerdo no Mundial de Yokohama), Marcão (bem ou mal foi campeão da Sul-Americana, no Inter de Tite, talvez a melhor formação do clube depois de 2006), e de Kléber (campeão da Libertadores de 2010, mas, sim, odiado por parte da torcida, que o chamava de "Chicletinho", por "mascar" demais o jogo e, por vezes, demorar a recompor), a posição não tem um dono confiável. Passaram por ali Fabrício, Geferson e Artur. O que só confirma a teoria de que a "camisa 6" segue à procura de um grande nome.
Uendel foi contratado para a Série B. Chegou valorizado, disputou a vaga com Carlinhos e venceu. Depois, foi superado pela juventude de Iago. Agora, ao que tudo indica, Odair Hellmann abriu a concorrência na função projetando a Libertadores. Uendel oferece maiores recursos defensivos à equipe, com algumas boas chegadas à frente. Com Iago, ocorre o inverso: bons avanços e marcação frágil. Odair tem uma escolha difícil pela frente.
Entre meias e atacantes
Aqui, dependerá do plano de jogo de Odair Hellmann. Mas, se o treinador seguir o seu plano atual, há vaga para um homem de área e dois lugares no meio-campo, onde ele pode mandar a campo dois meias ou um meia e um atacante que recue para marcar. No caso do homem de área, a disputa é entre Pedro Lucas e William Pottker — se considerando que Tréllez e Sobis, pouco utilizados nas recentes partidas, são reservas. Com Pottker dentro da área, abre-se espaço no meio-campo para o ingresso de um armador e de um volante. No caso, D'Alessandro (quando não for poupado) ou Neilton e Nonato ou Patrick — uma vez que, do meio para a frente, Dourado, Edenilson e Nico são titulares incontestáveis. Caso a opção seja por um centroavante, como Pedro Lucas, Pottker volta a concorrer por um lugar no meio-campo, o que aumenta a disputa por mais duas vagas entre ele, D'Alessandro, Nonato, Patrick e Neilton. Tudo dependerá do local da partida e do tamanho do adversário para a definição de Odair. E do sistema a utilizar: 4-1-4-1 ou o 4-2-3-1.
No 4-2-3-1
Marcelo Lomba
Zeca - Moledo - Cuesta - Iago (Uendel)
Dourado - Edenilson
Nico - D'Alessandro (Sobis) - Pottker (Patrick, Neilton)
Pedro Lucas (Neilton)
No 4-1-4-1
Marcelo Lomba
Zeca - Moledo - Cuesta - Iago (Uendel)
Dourado
Nico - Nonato (Patrick) - Edenilson - D'Alessandro (Pottker, Neilton)
Pedro Lucas (Pottker, Sobis)
Os números dos meio-campistas
Patrick em 2019: 4 jogos, 178 minutos, 1 gol
D'Alessandro em 2019: 4 jogos, 269 minutos
Nonato em 2019: 1 jogo, 70 minutos
Neilton em 2019: 7 jogos, 407 minutos
Pottker em 2019: 4 jogos, 308 minutos, 1 gol
Pedro Lucas em 2019: 4 jogos, 233 minutos, 1 gol