Dos reforços contratados para esta temporada, Rafael Sobis foi, sem dúvidas, o que gerou a maior expectativa no torcedor colorado. Não poderia ser diferente, afinal, além de ter sido revelado nas categorias de base do Inter, foi bicampeão da Libertadores marcando gols nas finais. O início de temporada, no entanto, não tem sido empolgante para o atacante de 33 anos.
— É um grande jogador, que veio para o Inter pela paixão. Terá a oportunidade dele. É muito do bem, se dá bem com todo mundo e nos ajudará muito — comenta o capitão colorado, Rodrigo Dourado.
O problema é que, até agora, Sobis fez quatro jogos pelo Gauchão — nenhum deles de maneira completa. Em apenas um deles, na derrota contra o São José, começou como titular, mas acabou sendo sacado na segunda etapa. Somando todo o tempo, foram 130 minutos dentro de campo, sem ter feito nenhum gol e, ainda por cima, perdendo um pênalti contra o Veranópolis. Seja como segundo atacante, aberto na ponta ou como homem de referência, o desempenho está distante do que se esperava.
Curiosamente, na última vez que Sobis iniciou uma temporada no Beira-Rio, a largada também não foi das melhores. Em 2011, depois de sofrer uma ruptura no músculo da coxa direita, o jogador perdeu as primeiras exibições da equipe por Gauchão e Libertadores. Mas, se comparado a outros anos em que esteve em condições de igualdade física aos companheiros, a má largada deste ano só supera o início de 2018 pelo Cruzeiro, quando atuou por 86 minutos, entrou apenas nos instantes finais das sete primeiras rodadas do Campeonato Mineiro. Só marcou seu primeiro gol (aliás, dois) justo no oitavo jogo, na vitória por 3 a 0 sobre o Boa Esporte, quando começou como titular. Um cenário bem diferente de 2017, quando era um dos principais jogadores da equipe de Mano Menezes e disputou 378 minutos nas mesmas sete partidas.
— Ele chegou na metade de 2016 e logo foi virando titular. Não fez muitos gols, mas ajudou o time na luta contra o rebaixamento. Considero 2017 o ano de maior importância do Sobis com a camisa do Cruzeiro. Foi artilheiro do time na conquista da Copa do Brasil, atuando como um falso 9. No ano passado, com a contratação de Fred, ele não foi titular absoluto. Entrou, às vezes, pelos lados ou mais recuado. Jogava quando Mano poupava os titulares. Com sequência, conseguiu mostrar seu melhor futebol. A torcida gostou muito dele. Foi um líder dentro e fora de campo — atesta Samuel Venâncio, repórter da Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte.
A terceira pior arrancada de ano 7para Sobis foi em 2015, ano de sua chegada ao Tigres. Na oportunidade, só pode jogar a partir da 4ª rodada do Campeonato Mexicano. Ainda assim, foram 291 minutos nos jogos posteriores.
— Chegou lesionado, mas depois virou titular e não perdeu mais o posto. Inclusive, era raro que Sobis fosse substituído. Foi uma referência aqui, pelo seu sacrifício e pelos gols. Em 2016, caiu um pouco de rendimento por ter sido recuado para trás de Gignac. Mas, se diminuiu o número de gols, aumentou o número de passes. Foi muito bem. A torcida lembra dele com carinho — explica Gerardo Suarez, repórter da TV Azteca, do México.
Pelo Fluminense, onde foi campeão brasileiro em 2012, Sobis alcançou sua melhor arrancada. Em 2014, sob o comando de Renato Portaluppi, foi titular nas sete rodadas inicias do Campeonato Carioca. Ao todo, foram 573 minutos em campo.