O Inter não foi apenas eliminado da Copa são Paulo de Futebol Júnior. A queda na terceira fase da competição veio com uma goleada de 5 a 0 diante do Guarani, de Campinas. Para um clube que é tetracampeão do tradicional campeonato de categorias de base, trata-se de um resultado estrondoso: a maior goleada sofrida pelo clube na história do torneio.
O mais próximo que o time gaúcho havia chegado desse placar foi em 1988, quando, entre três derrotas na fase de grupos, levou 4 a 0 do Comercial, de Ribeirão Preto. Curiosamente, o mesmo Guarani já havia aplicado 5 a 2 no Colorado em 1985, pela semifinal.
— É difícil digerir um resultado negativo da maneira que foi. Era de conhecimento de todo mundo que a equipe que trouxemos para a Copa São Paulo era mais jovem. As coisas acabaram não acontecendo da maneira como a gente imaginava. O Guarani soube explorar bem a estrategia de jogo e fomos surpreendidos. Fica a tristeza do resultado, mas também fica o trabalho que vem sendo realizado nesses dois anos. Alguns jogadores não performaram como a gente imaginava. Fizemos uma boa primeira fase, fomos semifinalistas na Copa RS e, se tratando de meninos, pode se ter um revés, mas não dá para achar que as coisas estão todas erradas — avalia o coordenador das categorias de do Inter, Diego Cabrera.
À frente do cargo desde o final de 2016, Cabrera inclusive admite que, após o resultado negativo, foi cobrado por membros da direção.
— Quem trabalha em um clube grande como o Inter não pode achar que não vai ser cobrado. A base já foi ponto de elogios neste ano. A gente tem um diálogo e uma relação muito próxima da direção. Depois de um resultado desses, é obvio que a gente conversa e escuta a posição dos comandantes do clube. O que posso dizer é que, mesmo com esse acidente de percurso, a gente está trabalhando na reconstrução e o trabalho vai seguir. Nunca tinha passado por uma situação dessas na minha carreira, mas a gente vai saber trabalhar da melhor forma.
Sobre os atletas, o dirigente da base vermelha pondera, assegurando que, junto com a comissão técnica, serão avaliados os diagnósticos da goleada.
— Vai ser um processo de amadurecimento para todos eles. Não é fácil para os jogadores digerirem este placar. Eu não gostaria que o amadurecimento viesse desta forma. Mas, a gente espera que todo trabalho desses dois anos não seja julgado só por uma atuação — conclui Cabrera.