Por Amanda Munhoz, José Luis Costa e Leonardo Oliveira
O então vice de futebol Carlos Pellegrini, durante a gestão Piffero, entre 2015 e 2016, teria recebido propinas dos empresários envolvidos nas negociações de jogadores, de acordo com investigações do Ministério Público (MP). Os valores que, somados, chegam a R$ 94 mil, teriam sido depositados pelos gaúchos Rogério Braun e Fernando Otto e pelo paulista Giuliano Bertolucci. As investigações do MP apontam que os valores eram transferidos dias depois de as transações serem definidas. Segundo o MP, os valores variavam entre R$ 5 mil e R$ 20 mil. Em um caso apurado, o pagamento ao dirigente, do que é conhecido no mercado do futebol como "pedágio", teria sido feito antes mesmo de a negociação ser concluída.
Foi o caso da contratação do zagueiro Réver ao Atlético-MG, que teve Bertolucci como representante. Parte dos direitos do atleta pertencia ao Coimbra-MG. Esse foi o primeiro repasse de valores detectado pela investigação. Fernando Otto teria recebido R$ 300 mil como comissão pela intermediação do negócio.
O termo de compromisso da transação foi assinado em 16 de março de 2015, dois meses depois da apresentação oficial do zagueiro no Beira-Rio. No dia 5 de março, 11 dias antes da assinatura do termo, a empresa de Otto, a Atividade Empreendimentos Ltda., teria feito transferência bancária de R$ 5 mil diretamente para a conta de Pellegrini.
O MP encontrou ainda duas movimentações similares, de R$ R$ 4 mil, em 25 de março, e outra maior, de R$ 10 mil, em 12 de junho. De acordo com a apuração do MP, não há indícios de que Réver tenha relação com as supostas negociatas entre agente e dirigente.