Por Amanda Munhoz, José Luis Costa e Leonardo Oliveira
Relatório do Ministério Público (MP) revela que o ex-vice de futebol do Inter Carlos Pellegrini teria recebido propina por negociações envolvendo jogadores do clube entre 2015 e 2016. O valores somados chegam a R$ 94 mil. Os empresários Rogério Braun, Fernando Otto e Giuliano Bertolucci teriam abastecido a conta de Pellegrini com depósitos e transferências bancárias de valores depois de as transações serem definidas.
No caso do lateral-direito Cláudio Winck, em abril de 2015, Pellegrini prorrogou por três anos o contrato do jogador, que se encerraria em dezembro daquele ano. Pela intermediação, Braun recebeu comissão de R$ 100 mil — o valor seria de R$ 150 mil, mas como o jogador foi cedido por empréstimo ao Hellas Verona, da Itália, acabou reduzida em um terço. O Inter pagou Braun em duas parcelas de R$49.250, ambas por cheque. A primeira foi quitada no dia 15 de abril, e a segunda, em 2 de maio.
Conforme aponta o MP, dois dias depois de quitada a segunda parcela, Braun teria transferido R$ 30 mil da conta da empresa para a sua. No dia seguinte, teria feito uma TED de R$ 20 mil de sua conta pessoal para a de Pellegrini. Na investigação, o MP classifica que "tal triangulação pode ter sido realizada com objetivo de mascarar a origem do dinheiro creditado na conta de Pellegrini, o que poderia caracterizar, em tese, o delito de lavagem de dinheiro". De acordo com a apuração do MP, não há indícios de que Cláudio Winck tem relação com as supostas negociatas entre agentes e dirigente.