Era uma quarta-feira e eu estava de férias, por isso decidi que iria até o Beira-Rio para recepcionar o mais novo reforço colorado: Paolo Guerrero. Fardei, peguei uma bicicleta e pedalei por volta do meio-dia, abaixo de um sol de rachar. Depois, fiquei algumas horas na arquibancada aguardando, abaixo de outro sol de rachar.
A função toda para esperar o jogador foi bem impressionante, mais de 5 mil torcedores cantando sem parar, abaixo de mais um sol de rachar. Sem contar que muitos tinham estado no Aeroporto Salgado Filho, também, abaixo de um sol de rachar.
— ÔÔÔÔ Paolo Guerrero, traz o tetra brasileirooo — cantávamos.
Quando ele apareceu no campo, abaixo de gritaria, esquecemos do sol de rachar, ainda que ele estivesse torrando a todos. Enquanto gritávamos e esticávamos as mãos em direção ao peruano, deu para ver o quanto ele estava feliz com aquela festa toda. Olhou encantado para os colorados torrados nas arquibancadas e sorriu de orelha a orelha. Que baita momento vivi naquele 15 de agosto. Agora, o dia seguinte...
A febre
Acordei suada, febril e exibindo belas marcas de sol no formato da camiseta polo que vesti na apresentação. Na quarta-feira (19), quando li que Guerrero seria inscrito na Libertadores e que já teria data para estrear, olhei para os meus braços e, pasmem: ainda tenho aquelas marcas.
Espero que os dias que passarei na praia, em janeiro, sejam suficientes para uniformizar o bronze dos meus braços. Ainda que, convenhamos, o torrão tenha valido a pena.