As excelentes relações entre Grêmio e Inter estão vinculadas diretamente aos atuais presidentes. O tricolor Romildo Bolzan Júnior e o colorado Marcelo Medeiros convivem como amigos desde os tempos em que estudaram juntos no colégio, nos anos 1970. Ambos se tornaram advogados, atuando numa mesma área do direito, e chegaram à presidência dos dois grandes clubes do Rio Grande do Sul ao mesmo tempo.
Entre tantos encontros que Romildo e Marcelo vêm tendo, os dois estiveram no Gaúcha Sports Bar participando do programa Cardápio do Zé. Mesmo com a vida de Grêmio e Inter sendo o fio condutor de uma conversa muito informal, não faltaram histórias relembrando o passado de amizade e convívio desde 1975, quando se encontraram como alunos do Colégio Anchieta em Porto Alegre. Medeiros já era veterano, e Romildo entrou para fazer o antigo segundo grau.
– Eu era pato novo. A turma já se conhecia, mas em pouco tempo me entrosei e no ano seguinte já concorri à presidência do Grêmio Estudantil, quando perdi a eleição para o hoje meu cunhado Vieira da Cunha – relatou o gremista.
Marcelo Medeiros explicou por que não votou em Romildo:
– Claro que eu votei no Vieira. Ele era colorado.
As recordações do colégio motivaram inclusive uma homenagem por parte da associação dos antigos alunos da escola, que deram presentes aos presidentes da dupla Gre-Nal e ainda os fizeram, sob aplausos, assinar a ata de fundação da entidade.
Quando o assunto ficou mais na área do futebol e dos desafios para 2019, os dirigentes adotaram as posturas que vêm sendo mantidas em entrevistas. Marcelo Medeiros explicou a saída de Leandro Damião e não confirmou oficialmente o interesse por Neílton, mas elogiou o jogador do Vitória. Romildo esclareceu a saída de Ramiro e ratificou que existe o sério risco de o clube perder seu executivo de futebol, André Zanotta.
Sobre a Libertadores, os dois admitiram o desejo de que haja um Gre-Nal no jogo final, em novembro de 2019, em Santiago do Chile, mas nenhum dos dois quer jogar com o rival antes da decisão.
– O Gre-Nal cria todo um ambiente diferente, que neste caso só vale a pena se valer o título. Antes, mesmo com dois jogos, não é bom - disse Marcelo Medeiros.
Romildo Bolzan lembrou o Gauchão deste ano para justificar sua contrariedade em jogar um clássico em fases eliminatórias:
– No Campeonato Gaúcho, eliminamos o Inter nas quartas de final e isso empobreceu a competição. O bom é ter os dois indo o mais longe possível e lá haver o enfrentamento.
Bolzan e Medeiros confirmaram que não estarão no sorteio da Libertadores na próxima segunda-feira (17), no Paraguai. O presidente do Grêmio admite que não considera um momento propício para confraternizar com os dirigentes da Conmebol após tê-los criticado tão fortemente nos últimos tempos. O dirigente colorado, por sua vez, alega compromissos pessoais. Os dois clubes terão os vice-presidentes de futebol entre seus representantes na festividade.
Confira a íntegra da conversa de Romildo Bolzan Júnior e Marcelo Medeiros com José Alberto Andrade.
Assista ao vídeo: