O presidente do Inter, Marcelo Medeiros, chegou ao Rio de Janeiro no final da manhã desta terça-feira para uma reunião na sede da CBF. O dirigente tenta convencer a entidade a utilizar o árbitro de vídeo nas rodadas finais do Brasileirão neste ano. Segundo Medeiros, 17 clubes apoiaram o Inter na iniciativa. Só Vasco e Atlético-MG não teriam dado aval ao pedido colorado.
Em entrevista ao jornal "O Globo", o presidente do Vasco, Alexandre Campello, descartou o uso do VAR a partir de agora no Campeonato Brasileiro.
— A implementação do VAR de forma abrupta resultou em notórios problemas na Copa do Brasil e na Taça Libertadores, gerando mais controvérsias do que propriamente solucionando as dúvidas da arbitragem em lances capitais de partidas decisivas. O VAR tem que sair a partir de discussão e um consenso entre todos os clubes, e não a partir de uma choradeira seletiva — disse o presidente vascaíno.
Na mesma reportagem, o vice-presidente do Atlético-MG, Lásaro Cunha, diz que teme com uma possível inviabilidade jurídica no caso, pois no início do ano, no conselho arbitral do Brasileirão, houve uma votação que vetou o uso do VAR. Deu 12 a 7 contra o árbitro de vídeo.
— Por mais que seja para melhorar o jogo, foi votado. Entendo que há até uma questão jurídica de mexer, a não ser que tenha unanimidade. O documento do Inter é uma carta de intenção. É muito mais adequado que se faça essa discussão no arbitral para 2019 — comentou o dirigente mineiro.
Custo alto
A maioria que votou contra o VAR no início de 2018 alegou não poder absorver o alto custo, estimado em R$ 50 mil por jogo a ser pago pelos clubes no Brasileirão. Na Copa do Brasil, a CBF arcou com os custos mas fez apenas a partir das quartas de final, totalizando 14 partidas. No Brasileirão, são 10 por rodada. O presidente da comissão de arbitragem da CBF, Coronel Marinho, descartou o uso do VAR ainda em 2018.
— Já declaramos que não há condições técnicas para isso. Teria que fechar com a empresa, fazer o treinamento do pessoal. Uma série de coisas — disse o coronel.
No site oficial da CBF, estão disponíveis dados de análise das arbitragens em 29 rodadas ou 290 jogos. Em 51 jogadas, houve entendimento de erro nas decisões dos árbitros. Faltam ser analisadas as três últimas rodadas, com erros notórios em Inter 2x1 Atlético-PR, Botafogo 1x0 Corinthians e Vasco 1x1 Inter. E ainda teve a lambança de Ricardo Marques Ribeiro em Inter 2x2 Santos, no Beira-Rio. Árbitro que tomou a decisão certa mas que demorou muito para fazê-la.