O Inter despachou uma parte de 2016 que ainda o assombrava. A denúncia feita pela Comissão Especial foi votada por 210 conselheiros que condenaram o ex-presidente Vitório Piffero e os ex-vices Pedro Affatato, de finanças, Emídio Marques Ferreira, de patrimônio, e Alexandre Limeira, de administração, a ficarem impedidos de ocupar cargos elegíveis em entidades esportivas por 10 anos.
Piffero, Affatato e Emídio foram condenados por adiantamentos tomados de forma desenfreada e justificados com uso de notas de empresas interligadas, muitas delas sequenciais e de empresas inativas. O trio também foi considerado culpado por contratar serviços ao clube de empresa de sua família. Limeira foi condenado por uso abusivo do cartão corporativo.
A sessão histórica do Conselho Deliberativo não teve a presença de dois dos denunciados. O ex-primeiro vice-presidente e ex-vice de finanças Pedro Affatato e o ex-vice-presidente Emídio Marques Ferreira não compareceram à sessão e, segundo Piffero, buscarão se defender na Justiça. O ex-presidente se defendeu por 35 minutos. Repetiu várias vezes que estava ali para se defender da acusação "de que sabia". Em dois momentos, alongou a pausa como se buscasse fôlego para prosseguir em sua defesa.
— Não tem como o presidente ter conhecimento de tudo - alegou. — É básico, quem acusa tem de provar. Nem precisa estar na faculdade. Nessas 5 mil folhas, nesses 16 volumes e 17 anexos não tem nenhuma menção de qualquer ação ou participação minha nos alegados casos - disse Piffero.
Alexandre Limeira usou depoimentos de ex-dirigentes, como o ex-presidente Fernando Carvalho, e conselheiros. Apresentou um cálculo que mostrava ser exagerada a denúncia que pesava contra ele, de gastos acima de R$ 80 mil no cartão corporativo.
— Em 671 dias de mandato, o cartão foi usado em 194 deles. O que dá duas vezes por semana - se defendeu.