Até pouco tempo, o Flamengo era líder do Campeonato Brasileiro. Líder tão líder que instituiu a hashtag que domina as cornetas na internet brasileira no ano até aqui, a tal "#segueolíder". Os cariocas comandavam o certame nacional, avançavam na Copa do Brasil e, depois de muito tempo, conseguiam superar a fase de grupos da Libertadores da América. Era uma loucura, uma euforia, uns Maracanãs lotados, umas vitórias em série.
Foi nesse cenário, o pior possível para nós, que os enfrentamos no primeiro turno. Resultado: derrota por dois a zero. Uma derrota tão derrota que o jogo não haveria como terminar de outro jeito. Flamengo amplamente superior. Maraca gigantemente ensandecido. Os craques deles voando as tranças contra um Inter que ainda não tinha ideia de onde poderia brigar na tabela do Brasileirão.
Muita coisa mudou de lá para cá. Nesses 18 jogos que separam os encontros, perdemos apenas uma vez. Saltamos de time que briga para não cair (ainda brigamos! Faltam dois pontos!) para vice-líder relativamente consolidado do certame. Agora, quando o rubro-negro vem até Porto Alegre, a coisa não poderia ser melhor.
Eles foram eliminados na Libertadores e estão em queda no Campeonato Brasileiro. Perderam o último jogo em casa, no finalzinho, contra o Ceará. O momento é de instabilidade, de treinador com cargo ameaçado e de time com muitos - MUITOS! - desfalques. Cuéllar, Trauco e Lucas Paquetá treinando com suas seleções. Diego suspenso, Réver (que, pasme, é importante para eles) de fora já que segue sendo atleta do Inter.
Some o bom momento e o time completo do Inter, a fase estranha e o festival de desfalques o do Flamengo com um Beira-Rio lotado e esperançoso e temos a receita completa para uma vitória importantíssima rumo ao Tetra ou um fracasso retumbante. Hoje ou aproveitamos a chance de enfrentar o pior Flamengo possível ou, bem... decepcionamos mais uma vez.
Euforia, Tetra, otimismo.
Caos, loucura, fracasso.
Vou amarrar a minha bicicleta ali do lado do Centro de Eventos nesta quarta-feira com uma mistura maluca de sentimentos. A ansiedade toma conta. O clima de jogo se espalha pela cidade. Como é bom disputar para valer esse título.