Até se reencontrarem, no final de semana entre 13 e 14 de outubro, Inter e São Paulo terão sete partidas pelo Brasileirão. Na teoria, os adversários do clube gaúcho são mais complicados: o time enfrentará três integrantes do G-6 (e já jogou contra o Palmeiras), enquanto os paulistas terão duas equipes deste grupo, Atlético-MG e Palmeiras. Os próximos oponentes de Odair Hellmann somaram 200 pontos até agora, enquanto os de Diego Aguirre conquistaram 194.
Na próxima semana, por exemplo, o Inter visita o Cruzeiro, atual sétimo colocado (e que poupou titulares em várias rodadas quando tinha pela frente confrontos próximos por Libertadores e Copa do Brasil). O São Paulo receberá o Fluminense desfalcado do centroavante Pedro (que está lesionado), no Morumbi.
Apesar da campanha de vice-liderança, o histórico da equipe gaúcha contra as equipes da ponta de cima não é bom: em sete partidas contra os sete primeiros colocados — sendo duas contra o Palmeiras —, foram conquistados sete pontos. O que pode diminuir a dificuldade para o Inter é que à exceção do Cruzeiro, o returno prevê os duelos todos para o Beira-Rio, onde a equipe tem 87% de aproveitamento, o mais alto do Brasileirão.
— Fizemos poucos pontos contra esses times de cima e teremos grandes jogos daqui para a frente. Nosso foco é o próximo jogo, se manter na parte de cima da tabela — comentou o volante colorado Rodrigo Dourado, atual capitão.
Enquanto os gaúchos terão o desfalque de Rodrigo Moledo, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, o São Paulo também terá problemas para enfrentar o Fluminense. Diego Aguirre perdeu os meias Nenê, Jucilei e Everton. Apesar disso, não mostra desânimo:
— O mais importante é que o São Paulo mostra uma identidade em campo. Não precisamos de individualidades.
Para Gilmar Rinaldi, ex-jogador de Inter e de São Paulo, a briga entre seus dois ex-clubes não será definida nesses próximos jogos. Segundo o goleiro que fez parte da equipe tetracampeã mundial da Copa de 1994, os dois times ainda vão oscilar bastante no campeonato.
— E vai se sair melhor aquele que sobreviver aos períodos ruins. É difícil administrar essas fases, mas elas existem e precisa saber lidar e seguir somando pontos — comentou.
Odair Hellmann concorda:
— O que importa nesses jogos é pontuar para se manter na ponta de cima. Temos uma equipe forte, fazendo bons jogos tanto dentro quanto fora de casa. Há pouco, fomos no Horto e ganhamos (do Atlético-MG).
Por isso, Gilmar sugere que tanto Inter quanto São Paulo abram o olho com adversários que estão chegando, como Flamengo, Palmeiras e Grêmio.
— São equipes que cresceram ou têm potencial para subir ainda mais. O campeonato não está sendo disputado entre dois times. Tem mais postulantes. Não dá para tirar ninguém da briga — alerta, antes de completar: — Minha dica é que os times se concentrem especialmente diante daqueles adversários considerados mais fáceis. São nesses jogos que a concentração costuma falhar. O caminho mais fácil é o que exige mais atenção. Nos grandes clássicos, isso já ocorre com naturalidade.