Apesar das negativas oficiais, há um pesado torneio triangular de gigantes brasileiros em andamento pelo atacante Marco Ruben. Inter, Grêmio e Santos estariam em negociações diárias com o atacante argentino e com o seu empresário, Andrés Miranda, em busca do autógrafo do jogador de 31 anos em um papel timbrado, com a denominação "pré-contrato". O Rosario Central, clube pelo qual Ruben atua desde 2015, começa a demonstrar alguma apreensão para não perder "de graça" o seu capitão.
Com o vínculo chegando ao final em menos de cinco meses, Marco Ruben já pode assinar um contrato para 2019 com qualquer clube. O Central força uma negociação para liberá-lo imediatamente, cobrando US$ 2 milhões (cerca de R$ 7,4 milhões), o que parece fazer sentido neste caso mais para Grêmio e Santos (que estão na Libertadores, e precisam com maior premência de reforços de peso), do que para o Inter, que ainda conta com Leandro Damião sob contrato até 31 de dezembro, além de William Pottker e de Jonatan Alvez.
Apesar de ter as suas raízes em Rosario — o que o fez desistir de um contrato na Ucrânia, anos atrás, a fim de voltar para casa —, Ruben desejaria pela primeira vez deixar a cidade. No ano passado, um evento abalou o atacante. O seu avô, Fermín Rodriguez, 78 anos, que o criou e a quem ele tinha como um pai, morreu um mês depois de ter tido a casa assaltada, e ter sido brutalmente agredido pelos ladrões. Marco Ruben caiu em profunda tristeza.
Além da morte do avô, a temporada 2017 do atacante foi a sua pior desde o retorno a Rosario, em 2015. Uma série de lesões musculares transformou os seus bons números em uma contagem modesta. Se há três anos ele bateu o seu recorde em uma temporada, com 24 gols, no ano passado, a contagem despencou para quatro gols.
— Fisicamente, Marco Ruben está muito bem agora. No ano passado, porém, sofreu diversas lesões musculares, enfrentou a morte de seu avô, e o seu nível de jogo já não era o mesmo. Já não tinha a mesma motivação. O seu melhor momento foi em 2015, quando marcou 24 gols, e, depois, no ano de 2016, quando fez outros 22 gols, sendo que oito deles na Libertadores. No ano passado, marcou apenas três — comentou Aquiles Cadirola, repórter da Rádio Mitre, de Rosario. — Por tudo isto, desde quando Ruben retornou a Rosario, pela primeira vez ele admite deixar a cidade. Ainda assim, tenho certeza que ele pode recuperar o antigo nível — completou Cadirola.
Em uma cidade semelhante a Porto Alegre, dividida por dois clubes — Rosario Central e Newell's Old Boys —, a provável saída do capitão de um dos times é o tema principal. E está fracionando opiniões locais.
— A possível saída de Marco Ruben está dividindo os torcedores. Sempre será um ídolo do Rosario Central, mas a verdade é que seu futebol caiu muito no ano passado. Além disso, a possibilidade de recontratar Teo Gutierrez para o seu lugar anima a torcida. Em seu primeiro, ele ano cansou de fazer gols aqui. No último, porém, não foi o mesmo atacante. No último campeonato esteve muito longe de seus primeiros números com o Central. Ruben sabe que a renovação de contrato está difícil. Já avisou várias vezes que não jogará por outra camisa no futebol argentino, mas deixou claro que a sua carreira poderá prosseguir no Exterior — afirmou o repórter Franco Ghione, da Rádio LT3 AM 680, de Rosario.
O último gol de Marco Ruben, foi no empate em 1 a 1 com o Estudiantes, em 14 de maio, no encerramento do calendário 2017/2018. Na noite desta quinta-feira, ele iria a campo pelo Rosario central, uma vez mais. Estava escalado como titular para enfrentar o Juventud Antoniana, pela Copa Argentina.
— Trata-se de um 9 de estirpe, daqueles que conhecem a área e sabe se mover nos atalhos dela que levam ao gol. A única ressalva que faço é em relação à sua última temporada. Temos na cabeça o Marco Ruben de 2016, da Libertadores, em que ele veio aqui com o Rosario e demoliu o Grêmio. Aliás, aquele time só parou na semifinal por um acidente, com gol do Nacional-COL, no final. Aquele Ruben, dois anos mais novo, estava na plenitude. A temporada passada e o primeiro semestre dessa foram muito abaixo, com série de lesões e problemas pessoais que o atrapalharam e até tiraram seu gosto por viver na sua Rosário. Mas, se fosse dirigente, faria a aposta. Ruben é 9 e pode reencontrar o sorriso em Porto Alegre, cidade que é quase um xerox de Rosario, mas sem sua veia esquerdista histórica — aposta o colunista de Gaúcha ZH Leonardo Oliveira.
Tudo indica que Marco Ruben não permanecerá em Rosario. O Brasil sorri para o camisa 9 do Rosario Central.
Marco Ruben com o Rosario Central
Temporada 2015
46 jogos e 24 gols
Temporada 2016
23 jogos e 18 gols
Temporada 2016/2017
25 jogos e 6 gols
Temporada 2017/2018
19 jogos e 3 gols