Jonatan Alvez teve sua contratação pelo Inter ofuscada. Nem bem teve chances de jogar e o furacão Paolo Guerrero tomou conta do Beira-Rio. Da assinatura à apresentação até a nova suspensão, foram semanas de atenção quase exclusiva ao atacante peruano. Enquanto isso, o camisa 86 uruguaio ia ganhando rodagem na equipe titular de Odair Hellmann. Neste domingo, em Belo Horizonte, será assim uma vez mais. Jonatan comandará um ataque que ainda não conta com Leandro Damião para iniciar o clássico diante do Cruzeiro, em uma partida que tem tudo para ser renhida, bem ao gosto do "El Loco" de Rivera.
Estrear com gol não é para muitos. Jonatan fez o seu primeiro pelo Inter com apenas 31 minutos em campo. Um gol que ficou um tanto apagado, devido à derrota por 2 a 1 para o América-MG. O uruguaio saiu do banco aos 12 minutos do segundo tempo, em substituição a Leandro Damião. O Inter perdia por 2 a 0 desde o primeiro tempo, e, aos 43 minutos, ele girou na área para bater cruzado e descontar — em uma partida na qual o time de Odair Hellmann ainda reclamou de um pênalti não marcado em Victor Cuesta. Também recebeu o primeiro cartão amarelo, logo em seu primeiro jogo com a camisa colorada.
Apresentado como jogador do Inter em 17 de julho, Jonatan soma apenas 45 dias de Porto Alegre. Apesar de sua origem fronteiriça, segue em fase de adaptação ao futebol brasileiro, depois de passar por Portugal (Vitória de Guimarães), Equador (Barcelona) e Colômbia (Junior Barranquilla).
— Jonatan é um grande jogador. Chegou jogando, nos ajudando. Infelizmente, teve a lesão do Damião, que de colocar Jonatan para jogar sem conhecer muito os companheiros. Já fez dois gols para nós, faz bastante o pivô. É um cara importante no grupo. Espero que o Damião também volte logo para ter dois caras quando a gente precisar — comentou o capitão do Inter, Rodrigo Dourado, lembrando da urgência da estreia de Jonatan.
Com as camisas 9 e 99 já ocupadas no Inter, por Leandro Damião e William Pottker, Jonatan escolheu a 86 em homenagem à idade da avó, que o criou na infância pobre de Rivera. Explica que o apelido de "El Loco" se justifica por não gostar de perder. Em sua primeira entrevista, disse:
— Estou realizando um sonho. O Inter tem muitos títulos. Para mim, é pensar para frente. Tratar de conquistar mais ainda com o Inter. Eu não vim para estar aqui por estar. Eu quero ficar aqui. Vim por empréstimo, mas quero ficar muito tempo — afirmou o atacante, que tem tatuado em uma das pernas os escudos do uruguaio Danubio e do Barcelona, de Guayaquil, pelos quais foi campeão nacional. O do Inter poderá ser mais um a marcar sua pele, dependendo dos próximos meses e de uma possível conquista de Brasileirão.
Depois de deixar o Uruguai, Jonatan Alvez foi contratado pelo Vitória de Guimarães. Foram 21 jogos, cinco gols e uma passagem para o Equador, para assinar com a LDU, pois os portugueses não tiveram condições de comprá-lo.
— Jonatan só não permaneceu em Portugal por falta de capacidade financeira do clube. Mostrou ser um atacante forte fisicamente e que não dá nenhum lance como perdido. Dadas as suas características, acredito que se possa ir bem no futebol brasileiro, uma vez que é muito aguerrido e multifuncional — comentou o jornalista português Bruno José Ferreira, do portal MaisFutebol.
A goleada sobre o Fluminense por 3 a 0, no Maracanã, marcou a grande noite de Jonatan pelo Inter. Ele e Nico desmontaram a defesa carioca, ainda no primeiro tempo. Depois, porém, Jonatan Alvez não conseguiu repetir as boa atuações. Atuou diante do Paraná, recebeu o terceiro cartão amarelo, ficou de fora da vitória sobre o Bahia e retornou ao time no difícil 0 a 0 com o Palmeiras. Agora, terá a chance de voltar às boas no clássico de domingo, no Mineirão.
Números de Jonatan Alvez no Inter
— 6 jogos
— 2 passes para finalizações
— 0 assistência
— 3 cartões amarelos
— 1 cruzamento errado
— 8 faltas sofridas
— 11 faltas cometidas
— 3 finalizações certas
— 3 finalizações erradas
— 2 gols (América-MG e Fluminense)
— 1 gol a cada 3 finalizações
— 2 impedimentos
— 70 passes
— 53 passes certos
— 17 passes errados
— 25 perdas de posse da bola
— Média de 4,2 bolas perdidas por jogo
*Dados do Footstats