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O Inter subiu a montanha em maio. Do primeiro jogo do mês, a derrota por 2 a 0 para o Flamengo, no Maracanã — quando a equipe rondava com o Z-4 —, ao último, a vitória por 3 a 2 sobre o Vitória, a equipe de Odair Hellmann escalou a tabela do Brasileirão e termina a oitava rodada na zona de classificação para a Libertadores. Mas qual é a explicação para tamanha ascensão?
No aspecto tático, o analista de desempenho Renato Rodrigues, coordenador do Data ESPN (o banco de dados do canal), vê uma consolidação na maneira de o time jogar.
— O Inter admitiu uma identidade, entendeu o elenco que tem. Na falta de um organizador, como D'Alessandro, que não tem atuado, e Camilo, que não caiu nas graças, usa um jogo mais direto, mais físico. Recebe, procura a frente, verticaliza. Perde, recupera, transfere, joga a bola mais longa. No início do ano, até tentou fazer um jogo de mais posse, mais passes. Mas depois viu qual era a melhor forma. E o grande mérito tem a ver com assumir esse estilo — opina.
A partir dessa consolidação tática, a equipe passou a buscar resultados. E eles trouxeram paz em uma das horas mais turbulentas do ano. Depois da derrota no Maracanã, o Inter visitaria um embalado Grêmio, que vinha de duas goleadas, sobre Santos e Cerro Porteño. Fora de campo, brotavam em Porto Alegre faixas pedindo a saída de Odair, do vice de futebol Roberto Melo e do presidente Marcelo Medeiros. Até ameaças foram registradas na polícia. A saída foi mudar a concentração para o resort Vila Ventura, em Viamão, fechar treinos e criar uma "cara de decisão" ao Gre-Nal. O empate em 0 a 0 deu força para Odair.
— O Papito é muito bom. Mesmo no momento que esteve na zona ruim, a direção ficou tranquila, tirou a pressão. E você vê como é o futebol. Em três jogos, já subiu. É assim. Quando fica dois, três sem ganhar, complica. Mas se ganha, como foi agora, o treinador tem tranquilidade, a equipe ganha confiança — analisa o técnico do Fluminense, Abel Braga, campeão da Libertadores e do Mundial de 2006.
Confiança também pode ser chamada de estabilidade emocional. E essa questão anímica atrapalhou o time, principalmente nas últimas duas temporadas. A cada gol sofrido, a equipe se abalava e parecia perder as forças para reagir. Pois nas partidas mais recentes, o quadro mudou. São dois jogos seguidos vencendo nos acréscimos. Contra o Corinthians, o 2 a 1 veio de virada depois de levar um gol cedo. Contra o Vitória, conseguiu os três pontos depois de abrir 2 a 0, errar um pênalti e permitir o empate.
— Ganhar no final mostra que a equipe tem personalidade, entrega. Acreditar até o final. E é isso o que a gente quer, o que a torcida quer — elogia o vice de futebol Roberto Melo.
É com essa ascensão de maio que o Inter tentará se manter subindo na montanha nos quatro jogos que junho reserva para o Brasileirão antes da pausa da Copa do Mundo. O primeiro é nesta sábado, às 16h, contra o Sport, no Beira-Rio.