O técnico Abel Braga armou o seu Fluminense no 3-5-2, baixando linha de cinco jogadores adiante do goleiro Julio Cesar. Assim, conseguiu algo nada fácil: não perder para o Grêmio na Arena.
Após o jogo, Abel admitiu que imaginou uma estratégia defensiva em respeito ao time de Renato, que no momento é o melhor do país. Se o atacasse, fatalmente não teria chance.
Fez até um elogio a Maicon, afirmando que ele joga campo como se fosse futsal, com passes curtos e muita mobilidade, sem arriscar a metida em profundidade, pifando atacantes.
Mas Abel não se furtou a responder perguntas sobre o Inter. Elogiou muito o trabalho de Odair Hellmann e da direção colorada, afirmando que o caminho é esse mesmo, o da continuidade.
Até acrescentou que está feliz de ver o Inter um ponto na frente do rival, tendo ajudado para que isso acontecesse na oitava rodada por ter tirado pontos do Grêmio em casa, enquanto o Inter vencia o Vitória, no Barradão.
Abel está sempre ligadíssimo nos assuntos do Inter, mesmo quando está longe do Beira-Rio. Sua conexão com o clube é impressionante. É de torcedor mesmo. Se considera colorado.
Agora, enfim, a troca de mensagens, que aconteceu após o Gre-Nal e teve desdobramentos.
Fiz o adendo para mostrar que Abel não procurou contato com Odair após o clássico assim do nada. Abel mandou mensagem para elogiar sua decisão de enfrentar o Grêmio com humildade, sem ter vergonha de se defender espartanamente e buscar só o contra-ataque.
Abel entende que, se não tivesse adotado esta decisão, apesar das críticas (Renato até chamou de postura de Série B por parte do Inter), fatalmente o Inter teria perdido, com ou sem erros de arbitragem.
O técnico do Fluminense também mandou áudio para Odair, elogiando a postura tática do 4-1-4-1 e as soluções diante dos desfalques de última hora, como D'Alessandro.
Abel reconheceu que, pela visibilidade do Gre-Nal, o Inter poderia estar sinalizando a postura correta a ser adotada pelos adversários para enfrentar o Grêmio sem contabilizar derrota certa: disciplina defensiva pétrea para tirar os eleitos de Renato de sua zona de conforto, que é trocar passes visando sempre o gol.
Em resumo: foi no Gre-Nal, pelo menos no caso de Abel, que o Fluminense começou a pensar um jeito de parar o Grêmio na Arena, mais adiante.