A ausência de D'Alessandro sempre foi um grande problema para o Inter na última década. Grande referência do time desde agosto de 2008, quando desembarcou em Porto Alegre, o argentino se tornou um dos maiores nomes do clube em sua história.
Os números do camisa 10 mostram o quanto ele foi fundamental durante a maioria dos 409 jogos que fez vestindo vermelho, com incontáveis assistências, além de 88 gols marcados. Líder dentro e fora de campo, ele também é muito valorizado pelos companheiros.
Por isso, muitos torcedores e dirigentes chegaram a dizer que se D'Ale tivesse permanecido em Porto Alegre em 2016, provavelmente o Inter não teria enfrentado o primeiro rebaixamento de sua história e vivido o inferno da Série B na temporada passada.
De volta, após a passagem por empréstimo ao River Plate, ele é apontado como peça decisiva no chamado processo de reconstrução do clube dentro e fora de campo. E, após o período de instabilidade vivido pelo Inter, com as eliminações no Gauchão e Copa do Brasil, com o grupo sendo contestado, conquistar vitórias em sequência e ganhar uma estabilidade sem sua presença é algo que chamou a atenção, já que volta e meia sempre se fala em uma certa "D'Aledependência".
Para o zagueiro Rodrigo Moledo, a importância do argentino é fato, mas é preciso valorizar o grupo colorado:
— O D'Alessandro, todo mundo o conhece, sabe da qualidade dele, da liderança dele, da qualidade dentro de campo também, então aqui no Inter é um grupo muito forte e eu acho que a gente demonstrou isso nos últimos jogos, principalmente neste último jogo (Corinthians). Os jogadores que entraram mudaram o jogo e acabaram resolvendo também e, então, a gente tem que pensar sempre no coletivo, no grupo. A gente vai precisar de todos.
Já o diretor-executivo colorado, Rodrigo Caetano, prefere separar os resultados de campo da importância do camisa 10 para o contexto do clube, mas sem esquecer de sua grande qualidade técnica.
— Uma coisa é o resultado de campo, que você tem o resultado técnico que o coletivo se sobressai ao individual quando a equipe está ajustada. É isso que nós falamos em relação a transformar um elenco em um time, você não pode jamais preterir uma qualidade diferenciada como é o caso do D'Alessandro. É óbvio que ele agrega valor dentro e fora de campo pela liderança que é, pela história, pelo ídolo que é no Internacional. Mas sem sombra de dúvidas, todos nós ficamos mais seguros quando naturalmente o coletivo começa a levantar outras peças também. Isso é o que todos nós desejamos. O desejo é que a cada período que passe, na montagem de elenco e de time, dependendo da condição financeira, é que você consiga inserir dentro do teu elenco jogadores realmente de uma qualidade superior, porque com o coletivo e peças que possam fazer a diferença, você se candidata a qualquer título, principalmente aqui no Brasil. Se eu pudesse ter, sei lá, quatro, cinco, seis ou sete do nível do D'Alessandro, quem não gostaria de ter? — ponderou.
Ainda sem D'Alessandro, o Inter enfrenta o Vitória nesta quarta-feira (30), às 19h30min, no Estádio Barradão, em busca da terceira vitória seguida dentro do Campeonato Brasileiro.