Sofrer com o Sport Club Internacional, de 2015 para cá, tem acabado sempre com o mesmo argumento. Tanto quando colorados se reúnem para dividir seus sentimentos, quanto quando representantes azuis e vermelhos dividem a mesma mesa de debate. Invariavelmente, ao analisar a situação atual da dupla Gre-Nal, algum dos interlocutores pedirá a palavra para dizer:
"Calma, gente, é a gangorra! Uma hora um está em cima, vencendo tudo, enquanto o outro patina. Daqui a pouco muda de novo."
É aqui que precisamos intervir. Alguma coisa precisa ser feita - para ontem. Essa maldita gangorra tem que ter fim! Esse argumento, por mais tolo que possa parecer, está enraizado na cultura futebolística desse estado. Basta que algum dos dois clubes comece a apresentar futebol minimanente interessante e conquiste qualquer coisa para que essa história de "um só faz sucesso enquanto o outro fracasse e vice-versa" apareça.
Não dá mais. E explico o porquê.
Colocar o peso das vitórias deles e o nosso fracasso na conta da tal gangorra retira do Inter o peso da sua mediocridade atual. Cria-se, a cada conversa, a cada diálogo, a cada vez que esta opinião é citada, um contexto onde "beleza, tudo bem estarmos mal agora. Uma hora voltaremos a brilhar". Não voltaremos. Por mágica, pelo menos, não.
O único caminho possível para o colorado é o trabalho sério e competente de quem o gere. Essa gangorra não vai virar nunca enquanto aceitarmos direções sem convicção, perdidas ou até mesmo criminosas. Não há saída possível para o Inter que não passe por trabalho - e muito, muito trabalho.
Se seguirmos por aqui, apenas esperando, essa gangorra não vai virar nunca. E nem precisa. Não precisamos que o Grêmio pare de ganhar coisas para começarmos a vencer de novo. Podemos nos fortalecer enquanto eles ainda seguem fortes - sem que seja necessária uma improvável derrocada gremista.
Então eu peço a você que usa vermelho assim como eu: desiste dessa história de "gangorra". Ela não existe. Ela não vai virar. Entender isso, retirar essa solução mágica do nosso horizonte é um passo, mesmo que pequeno, na direção de construirmos um clube forte novamente.
"Gangorra Gre-Nal": isso tem que ter fim!