
O sexta-feira era de festa e para D'Alessandro apresentar detalhes sobre a quarta edição do Lance de Craque. Mas, como o capitão do Inter não costuma se esquivar das perguntas, o camisa 10 revelou situações envolvendo a sua saída de 2016, falou sobre o Mundial do Grêmio e ainda comentou as recentes "cornetas" feitas pelos jogadores de Renato Portaluppi sobre o "Inter estar morto".
— Posso falar algumas coisas, mas outras eu guardarei para o resto da vida. Posso abrir 50, 60%. Como eu encontrei o clube, situações que ocorreram em 2016, que eu não gostei. Falaram e pensaram que eu decido, comando. Faço o meu trabalho em campo. Mas, como líder de um grupo, preciso colocar regras. Temos que ser profissionais, responsáveis. Que respeitem a camisa. Sou frontal. Às vezes eu erro, mas prefiro ser assim — disse, para detalhar sobre o que acontecia no ano em que voltou ao River Plate: — 2016 foi difícil, complicado. Bati de frente. Até demais. Isso me desgastou. Às vezes, tomamos banhos de água fria, banho sem luz no vestiário. São coisas comuns, mas que não deveria. Quando chove em Porto Alegre, também fico sem luz. Eu me viro. Não nasci em berço de ouro. Mas há situações que, em um clube, como o Inter, não podem ocorrer.
Sobre a final do Grêmio neste sábado, disputada diante do Real Madrid, o argentino foi perguntado sobre a semelhança da camisa de um dos times do Lance de Craque com a do time de Cristiano Ronaldo. D'Ale riu, disse que tentou colocar algo em azul e que está feita há três meses. E confessou que verá a partida. Mas não comentará o resultado:
— Sempre tento fugir do vermelho e azul (nas cores das camisetas). Este ano eu disse que não fugiria. Fazer uma camisa vermelha e outra azul e branca. Lógico que pensei no Inter e Grêmio, mas você pensou outra coisa (sobre a pergunta da repórter). Está feito há dois, três meses. Eu verei (o jogo). Estarei na correria, mas é um jogo importante para o futebol brasileiro. Não posso fugir do que representa para o futebol brasileiro. Eu me sinto brasileiro pela família e tudo. Falo porque sinto — falou, arrancando aplausos. — Não falarei o resultado. Não posso passar do limite. Na verdade, representa 49% (do Estado). 51% é nosso. Eu defendo meu clube — completou, sorrindo.
Por fim, D'Ale falou sobre as recentes cornetas vindas do Grêmio. Mas focou apenas em Luan por se "focar apenas no que é importante":
— Eu opino. Eu não fujo. A corneta é sempre válida e eu gosto. Eu gosto de corneta. A que tive com Renato, do binóculo, foi muito legal. Só não concordo quando passa do limite, quando é grosseiro. Ai eu não entro. Eu não defendo o Sasha. Ele tem palavra, caráter e personalidade. Só que eu, quando faço algo, sei que sou exemplo de muitas crianças — opinou, para mencionar o camisa 7 do Grêmio: — Falo do Luan porque é uma realidade do futebol brasileiro. Ele terá uma carreira impressionante. Demonstrou ser decisivo. Joga bola mesmo. Gosto de como joga, do caráter e da personalidade em campo. Eu só ouvi (a corneta) dele. Só me foco no que é importante. Ele é importante. Ele merece. Os demais... sem desmerecer.