Na estreia do terceiro técnico na temporada, o Inter enfrenta nesta terça-feira, às 20h30min, o Oeste, na Arena Barueri, com a marca do constrangimento. A partida válida pela 36ª rodada da Série B pode, enfim, selar o retorno do time à elite do futebol nacional. Basta empatar. Mas, pela grandeza do clube, pelo orçamento e pela expectativa gerada, ter perdido a liderança para o América-MG a três jogos do fim e ver os mineiros garantirem o acesso antes dos colorados provocaram desgosto em torcedores e na direção.
Na teoria, a diferença do Inter para os adversários deveria ser maior do que a tabela mostra. O Inter investe por mês quase seis vezes mais do que o América-MG. Contratou o goleador do último Brasileirão (e do último Paulistão), mantém jogadores com passagens por seleções nacionais (Danilo Fernandes, Victor Cuesta, Rodrigo Dourado, Felipe Gutiérrez, D'Alessandro e Nico López já representaram seus países), prepara as melhores opções de logística e de hospedagem.
Fora de campo, a torcida correspondeu: é a maior média de público da Segunda Divisão, disparado. E nada disso deu a tranquilidade que o time poderia ter em uma competição de qualidade mais baixa do que as que se acostumou a disputar.
Mais: um fracasso à noite pode deixar a situação ainda pior. Se perder para o Oeste, o Inter terá quatro pontos de vantagem, precisará de dois pontos nos dois últimos jogos, contra Goiás (fora) e Guarani (casa). Ou seja: não está livre de viver um drama nas rodadas finais.
Para evitar esse cenário e buscar pelo menos o empate da tranquilidade, o estreante técnico Odair Hellmann terá de superar a perda de dois jogadores importantes. Suspenso, D'Alessandro não joga (mas pediu para viajar e estará com os companheiros em São Paulo). A outra ausência é a de Leandro Damião, lesionado. Em seus lugares serão escalados Felipe Gutiérrez e Camilo.
— A gente tem que virar a chave o mais rápido possível de toda a situação que aconteceu. Temos a expectativa de alcançar logo o objetivo do acesso para que tenhamos tranquilidade nesses dois últimos jogos — afirmou Camilo após o treino da manhã.
O trabalho, aliás, mostrou duas possibilidades de time. A primeira foi o 4-1-4-1, herança de Guto Ferreira. Nesta formação, Gutiérrez ocupou a faixa central, Camilo ficou aberto na direita e Pottker foi o centroavante. Depois, na parte final, o desenho mudou: o meio ganhou um tripé de volantes (Dourado centralizado, Edenilson na direita e Gutiérrez na esquerda) e um meia armador à frente deles (Camilo), mandando Eduardo Sasha e Pottker para a frente.
— Foram duas situações de jogo pensando no adversário. O Odair teve uma conversa muito franca com o grupo, é um cara que tem nosso respeito e uma visão muito boa de estilo de jogo. Me sinto confortável para ajudar a equipe em ambas situações neste momento. Ele me deu liberdade para flutuar pelo meio ou abrir, dependendo da marcação — comentou Camilo.
De um jeito ou de outro, seja lá qual for a formação escolhida, a hora é de voltar classificado. A situação, de confortável, pode virar perigosa.