Depois de um empate decepcionante no Beira-Rio, em um 1 a 1 triste e modorrento, a direção colorada decide demitir o treinador (que havia entrado no meio da temporada) e contratar um novo nome para as três rodadas restantes do Campeonato Brasileiro.
A frase acima poderia descrever o que aconteceu no último final de semana, após o sofrido 1 a 1 contra o Vila Nova que valeu a cabeça de Guto Ferreira, mas é exatamente o que se passou no final da temporada passada. No fantasmagórico 2016, Celso Roth comandou o Inter em um empate contra a Ponte Preta em casa. Foi demitido e, faltando três rodadas para o término da competição, Lisca foi chamado para - como que num passe de loucura - tentar livrar o Colorado do iminente rebaixamento.
Marcelo Medeiros e Roberto Melo fazem exatamente o que, durante a campanha, prometeram não fazer: repetem a sequência de erros que levou o Inter à segunda divisão. A semelhança com o término da temporada passada traz desânimo e doses de desespero para os corações colorados que, aflitos, acompanham as notícias do clube.
O que mais me irrita, nesses discursos fracassados após demissões daqueles que sequer deveriam ter sido contratados, é o uso incessante da palavra "convicção". A direção tinha "convicção" no nome de Antônio Carlos Zago (nesse link aqui, da época da demissão de Zago, há inclusive um subtítulo destacando o termo). O resultado não veio, o desempenho passou longe. A "convicção", agora, era a de trocar de comando técnico.
Guto Ferreira surge. Nova aposta. Nova convicção. Em entrevista ao colega Maurício Saraiva, um mês e meio atrás, Melo afirmava: "É preciso contratar com convicção para não errar", sobre a chegada de Guto. O vice foi além: "Nossa convicção sempre é pela continuidade e não por trocar de treinador."
No sábado último, exatos QUARENTA E DOIS DIAS depois de utilizar repetidas vezes a palavra "convicção" para definir a contratação e a permanência de Guto Ferreira no Internacional, Roberto Melo foi à sala de imprensa do Beira-Rio anunciar a demissão do treinador. A "convicção", agora, era a de que Gordiola não servia mais.
Fica claro, aqui, que a direção atual não tem a menor ideia do que está fazendo (assim como a passada tampouco tinha). Presidente e vice têm a pachorra de utilizar um termo forte e definitivo como "convicção" para declarar qualquer absurdo que lhes vêm à cabeça conforme a maré. O que hoje eles acham maravilhoso, mesmo sem grande embasamento, amanhã já é descartado depois de mais uma série de fiascos.
Seguimos apostando em treinadores. Um atrás do outro. Argel, Falcão, Roth, Lisca, Zago, Guto... Todos gozando da "convicção" das direções. A antiga e a atual errando rigorosamente nas mesmas coisas. Perdemos tempo, dinheiro e força enquanto eles vão mudando de ideia na sala da presidência.
Não há convicção de absolutamente nada. Nem quanto a treinadores, nem quanto a formação de elenco, nem quanto ao que está se fazendo da história do Sport Club Internacional. Seguiremos aqui, lotando o Gigante para presenciar pequenas tragédias e sofrendo a cada nova decisão equivocada daqueles que comandam o clube.
Mal posso esperar para ver qual será a nova "convicção" dessa turma. Estou convicto, no entanto, de que não devo esperar coisa boa.