Uma discussão que parecia ter sido encerrada voltou à pauta do Inter na véspera do confronto contra o Boa, em Varginha, pela 30ª rodada da Série B, na terça-feira à noite.
Sem Damião, machucado, William Pottker foi escalado como centroavante no treino de domingo. Nico López foi deslocado para a extrema direita. Assim, Guto Ferreira mexe em duas funções: tira o ex-atacante da Ponte Preta do lado do campo e escala o uruguaio aberto.
Não chega a ser uma novidade Pottker começar o jogo pelo meio. No Inter, ele foi utilizado assim contra Criciúma, Luverdense e Vila Nova, além do segundo tempo contra o Figueirense e em oito minutos do jogo contra o América-MG — quando saiu lesionado. Em nenhum desses jogos teve suas melhores atuações, mesmo que tenha feito dois gols (contra o Vila, de pênalti, e contra o Luverdense, quando já havia sido movido para a ponta, com a entrada de Joanderson).
De resto, Pottker sempre esteve aberto e Nico, na maior parte das vezes, foi centralizado. Na Itália, em sua passagem por Udinese e Roma, o uruguaio sempre rendeu melhor como atacante mais próximo da área. No Inter, porém, teve boas atuações partindo das pontas.
Depois da chegada de Damião, o debate sobre qual seria o posicionamento ideal de Pottker e Nico esfriou. O centroavante tomou conta da posição, e a única dúvida que surgiu foi a respeito de os três jogarem juntos. A função de extrema exige dedicação defensiva, que Pottker sempre ofereceu.
— O único jogador desta posição que não precisa marcar lateral é o Cristiano Ronaldo — disse recentemente, quando também confirmou que se sente bem jogando pelo centro, mas com características diferentes daquelas de Damião, de fazer pivô e armar jogadas, preferindo a verticalidade de receber lançamentos em espaços vazios.
Já Nico, aos poucos, foi ganhando elogios pelo esforço em cumprir a função tática. A competitividade que a posição determina acabou, por fim, sendo compreendida pelo uruguaio.
— Guto sempre me fala que tenho muita qualidade ofensiva, mas ainda tenho de melhorar na marcação. Escuto muito ele. Sei que tenho de treinar diariamente para melhorar isso — declarou Nico.
Para o técnico Márcio Goiano, que treinava o Figueirense quando Pottker atuou um tempo em cada função, Guto Ferreira tomou a decisão correta:
— Conheço muito bem o Pottker da base aqui. Começou como centroavante, sabe fazer muito bem essa função. Mas na extrema ele se encontrou, pode usar o espaço todo para esbanjar sua força. Mas neste caso, como o Nico é a alternativa, um jogador de estilo mais habilidoso, mas com menos força, o ideal é mudar os dois.