A sequência que parecia ideal para o Inter embalar definitivamente na Série B, com quatro jogos sem sair do Rio Grande do Sul, acabou sendo um inferno, no fim das contas. Dos 12 pontos disputados, conquistou apenas cinco – justamente o que não foi no Beira-Rio, contra o Brasil-Pel. No sábado, empatou em 1 a 1 com o Criciúma graças a um gol de Klaus aos 48 minutos do segundo tempo. No domingo à noite, o grupo iniciou sua excursão pelo Nordeste: joga na terça contra o Ceará e no sábado contra o CRB. Mais duas oportunidades para a equipe manter o aproveitamento de melhor visitante do campeonato, já que é um dos piores mandantes. O balanço disso se reflete na tabela: com um terço da competição disputada, está na sexta posição, dois pontos atrás do quarto e a sete do líder Juventude.
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No sábado, porém, diferentemente de outras atuações, como Paraná e Boa, o Inter teve atitude, criação e empenho, segundo os envolvidos na partida. Os dados corroboram com as opiniões: o Footstats informa que a equipe finalizou 22 vezes, tentou 49 cruzamentos, trocou mais de 570 passes. Os problemas foram os erros: dos 22 chutes, só três foram a gol. Em quase meia centena de bolas que cruzaram a área, apenas 18 acharam algum colorado. E 10% das tentativas de tabela foram equivocadas. Assim, o diagnóstico foi unânime.
– Faltou a bola entrar. Tenho minha parcela de culpa nisso, perdi uma chance clara. O Uendel bateu cruzado e eu não vi a bola. Quando percebi, estava em cima de mim e bateu nas minhas duas pernas e saiu – comentou o centroavante Brenner, que perdeu a chance mais clara do jogo (e provavelmente do Beira-Rio remodelado), ao colocar para fora um cruzamento que passou a sua frente a menos de dois metros do gol vazio.
O técnico Guto Ferreira também foi na mesma linha:
– Se a gente tivesse tido a felicidade de empurrar duas ou três bolas que tivemos dentro da área pequena e não fizemos o gol, o discurso poderia ser diferente. Mas futebol não tem "se".
Apesar do resultado, direção, jogadores e comissão técnica afirmam ter percebido uma evolução no time.
– Houve um avanço importante, não ainda o que a gente quer. Somos conscientes que tivemos melhora significativa, mas não conseguimos o resultado. Mas vamos seguir trabalhando, porque ele está a caminho com certeza. No campeonato, temos 20 e poucas partidas (restantes). Estamos ainda numa situação de engrenagem. Ainda faltam situações, mas competitividade, estado anímico vêm crescendo – avaliou o treinador.
Para o vice de futebol, Roberto Melo, o desempenho mostrou influência do técnico e garantiu ter confiança na sequência:
– O trabalho do Guto já apareceu. Vamos sair para dois jogos e temos totais chances de vencer. Tem muito campeonato ainda pela frente. Tenho convicção de que vamos conseguir os resultados. O Guto é nosso treinador, vai continuar sendo. Não vamos cometer o mesmo erro que foi feito ano passado.
Sequência, aliás, é o que o Inter tentará dar nas próximas rodadas. A tendência é de manutenção de equipe para enfrentar o Ceará. Isso significa, também, continuidade de Cláudio Winck, que reestreou pelo time principal.
– Fiquei bastante feliz de voltar ao Inter. O resultado não foi o esperado, mas a atuação foi boa. Participei bastante dos lances ofensivos e ajudar ali – resumiu.