É um caso que o mundo inteiro estudará nos próximos dias. Depois de terem saído da moda intergaláctica, as marcações em plantações confeccionadas por seres extraterrestres voltaram com tudo. Durante a tarde deste sábado, em Londrina, um grupo de alienígenas trajando vermelho pisoteou uma larga faixa verde de gramado. Suas pegadas serão estudadas pelas próximas décadas.
O Inter, que pela primeira vez na sua história jogou uma partida em série inferior, era um completo estranho no ninho em que pisava. A diferença era tamanha que não tardou até que os jogadores colorados se colocassem como criaturas amplamente superiores, avançadas e temporalmente distantes daquelas que com eles compartilhavam a grama do Estádio do Café, norte do Paraná.
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Fácil, fácil, o Inter abriu o placar. Mais facilmente ainda Nico López acertou um chute de fora da área. As redes do Londrina eram maculadas duplamente sem que os jogadores do Inter sequer tivessem suado. Nas arquibancadas, só se via vermelho. A torcida do Inter ocupava completamente o espaço que lhe foi destinado. Eram cerca de seis mil pessoas no estádio. Nada se ouvia além dos rubros cantos.
Já no intervalo ficava clara que a intenção daqueles seres superiores era apenas ali chegar e difundir a sua mensagem de elevada sabedoria. Já não havia mais futebol. O que se viu em campo era um amplo domínio de criaturas que estão anos-luz a frente daqueles que apareceram para lhes enfrentar. Nenhum gol do Inter foi amplamente comemorado. Nenhum momento de jogo se mostrou algo que não fosse um grande amistoso entre escretes totalmente discrepantes.
Acabou o intervalo, começou a segunda etapa e pimba. Outro tento. Outro do Nico (que fez imensa partida). Alguns abraços e apertos de mão. Nada de comemorações exacerbadas. Nem cabia. A vantagem era tão ampla, tão clara e evidente, o abismo entre os clubes que jogavam era tão abissal... não havia motivo para sapatear na inferioridade alheia.
Assim estreou o Inter na Série B do campeonato brasileiro. Como um extraterrestre, desceu de sua espaçonave e superou o seu adversário sem suar. Sem sustos. Sem gritos. Sem nem comemorar os gols marcados. A diferença foi muito grande. O Inter é um ET nesse campeonato, nessa divisão. Mesmo que os próximos 37 jogos não sejam assim, não parece haver adversário que tenha capacidade de fazer com que nos sintamos terráqueos em 2017.
Chega logo, ano que vem.
*ZHESPORTES