Fica fácil demitir um treinador, mesmo quando ele não recebe a simpatia da torcida. O presidente tira todas as culpas das suas largas costas, apesar das fortes contestações do associado. O dirigente do futebol usa a demissão como escudo. Os jogadores jogam o corpo fora do redemoinho.
Tudo parece resolvido. Tudo é uma cortina de fumaça.
No futebol brasileiro, que parece caminhar para trás a cada nova temporada, o treinador é sempre apontado como a fonte de todos os males quando os resultados não chegam. Foi assim no Inter.
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Argel Fucks deixa o Beira-Rio depois de 11 meses como o único vilão da larga crise. É simples afastar o técnico. O presidente nunca deixa cadeira. Os jogadores se agarram em longos contratos.
Em 14 rodadas do Brasileirão, entre maio e junho, o Inter permaneceu 10 no G-4, a zona nobre do Brasileirão, a elite da Libertadores. A queda nas últimas cinco rodadas é tremenda. Os dirigentes explicam a queda oferecendo a cabeça do técnico.
Os problemas não passam apenas pelo criticado trabalho de Argel. Estão refletidos no grupo de jogadores colorados, o mais carente em anos. Passam pela mão dos dirigentes que não ofereceram reforços qualificados ao time.
O Inter não crescerá nas mãos de Vanderlei Luxemburgo, Abel Braga, Mano Menezes ou Celso Roth, soluções antigas, - nem mesmo com treinadores emergentes. É preciso mudar a direção de futebol, qualificar o vestiário e melhorar o grupo de atletas . O treinador, por melhor que possa ser, precisa de apoio. Não pode pensar e agir sozinho.
Contratar jogadores experimentados é uma obrigação. Os jovens precisam de referências. O presidente Vitorio Piffero precisa mudar rápido e com eficiência. O futuro do time no Brasileirão e na Copa do Brasil está nas suas mãos, como a reeleição. Não é um treinador que encontrará o caminho das vitórias. É a direção. O técnico é apenas uma parte do processo.
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