O protagonista do Inter usa a camisa 2. O lateral-direito William lidera as principais estatísticas ofensivas e defensivas da equipe de Argel no Brasileirão.
Aos 21 anos, vive um 2016 único. Era o destaque do Gauchão até a pausa forçada pelo julgamento pela cotovelada desferida em Miller Bolaños, no Gre-Nal. Pegou seis jogos de suspensão. Neste período, dedicou-se à família, principalmente à mulher, Pâmela – uma ilustre "corneteira", segundo o próprio lateral –, e ao filho Pedrinho, que tem nascimento previsto para agosto. Depois de cumprir cinco e obter efeito suspensivo, foi o melhor em campo na decisão do Estadual, conquistando o título sobre o Juventude.
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Manteve o nível de atuações no Brasileirão, ocupa o primeiro lugar na lateral direita na seleção da Bola de Prata, com média 6,57. Pelo Footstats, site especializado em analisar desempenhos, é o único da posição escolhido como o melhor em duas rodadas. De Seleção, falta só a que começa com letra maiúscula mesmo.
Esta possibilidade, aliás, já não parece tão distante. O técnico Argel tem revelado que o jogador é um dos cotados para compor o time que buscará a medalha de ouro nos Jogos do Rio. Com a mudança da comissão técnica na CBF, renova as esperanças de estar no time – nas últimas convocações, ficou atrás de Zeca (do Santos) e Fabinho (do Monaco).
– Desde sempre percebi que William era um jogador de ponta. Tem tudo o que um grande lateral precisa: potência, batida na bola, posicionamento, batida na bola. Outro aspecto é a personalidade, não tem medo – analisa o técnico Clemer, que foi responsável por uma virada na história do jogador.
O ex-goleiro colorado mudou William de posição. Identificou no então volante, ainda na categoria sub-17, as características que precisava para ocupar o lado direito do campo. Desde então, fixou-o na lateral e acompanhou seu crescimento.
Outro que vê a evolução do colega de profissão – e posição – é Nei, campeão da Libertadores de 2010 pelo Inter:
– Os números têm mostrado a importância do jogador no sistema. O Inter explora muito as laterais e o William tem atendido a esta expectativa, principalmente pela vontade que demonstra em campo, pela força e por não se entregar. Isso é fundamental, principalmente aí no Inter – afirma Nei, que vê semelhanças neste aspecto com seu começo no Inter, em que, segundo ele, precisou "compensar com muita entrega a necessidade de cumprir tarefas ofensivas", às quais não estava tão habituado.
A rigor, falta apenas um detalhe para William ter todos os números positivos: gols. Apesar de já ter sido chamado de "detalhe" por Carlos Alberto Parreira, pôr a bola na rede adversária ainda é a diferença do futebol.
– Mas não dá para cobrar do lateral que faça gols, né? O lateral é um defensor. É o mesmo que cobrar que o centroavante fique salvando lá atrás – brinca Nei.