O desempenho fraco do Inter no empate em 0 a 0 com a Chapecoense, neste domingo, no Beira-Rio, foi admitido pelo técnico Argel Fucks. Falando após a estreia colorada no Brasileirão 2016, o treinador assumiu que o jogo contra os catarinenses foi "feio", mas destacou que o time poderia ter saído com os três pontos se tivesse aproveitado as oportunidades que teve – principalmente no pênalti desperdiçado por Paulão.
– A partir do momento em que você tem a oportunidade, como a gente teve com o Aylon e com o Sasha, o pênalti, faltou fazer o gol. O adversário lutou com as armas que tem, o Alisson só fez uma defesa nos 90 minutos. Não é uma explicação, você tem que ser competente para matar o jogo e abrir o adversário. A gente viveu isso no Gauchão, na semifinal contra o São José. A gente precisa fazer o gol, a partir daí o adversário vai se abrir – disse Argel.
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Confira as respostas do técnico:
Pênaltis perdidos
Não é por falta de treino, a gente tem trabalhado bastante desde o dia que eu cheguei aqui. A responsabilidade sempre é minha, não cobrem do jogador. Tivemos nove jogadores que cobraram e erraram, e eu que escolhi eles. A gente tem trabalhado isso, tivemos duas disputas por pênaltis e a gente continua, quem acompanha nosso treinamento no dia a dia vê que a gente trabalha muito. Vamos continuar treinando, agora, preocupa, sim. Não é normal você perder nove pênaltis com nove jogadores diferentes. É algo que a gente vai corrigir.
Atuação contra a Chapecoense
Jogo difícil, duro, o adversário veio fechado. Parecia jogo do Gauchão. Claro que é um tropeço, você precisa fazer o dever de casa independente de quem é a equipe, já que os três pontos valem o mesmo contra a Chapecoense, contra o São Paulo ou contra o Corinthians. A gente tem o respeito, mas quando você não consegue o resultado é um tropeço. Faz parte do futebol. Se não conseguimos ganhar o jogo, já vão sete jogos sem tomar gol também. Não tem muito o que falar neste momento, é trabalhar.
Chegada de centroavantes
Não estou aqui para justificar nada, senão é muito fácil dizer "ah, a gente não tem determinado jogador". Contratação é com o departamento de futebol. Claro que a gente precisa de um jogador de referência. Temos o Bruno Baio, um garoto, que está amadurecendo. Precisa ter, principalmente com um time fechado, como fez a Chapecoense hoje. É impossível entrar por dentro, tem que entrar pelos lados, desde a escolinha o "seu" Abílio (dos Reis) dizia isso para mim. Mas não empatamos porque não temos um 9. E não tenho dúvida de que ele vai chegar, e nossas opções vão ser melhores, principalmente para este tipo de jogo.
Desempenho dos jogadores no empate
Se você analisar de uma forma coletiva, quando se empata dentro de casa é porque as coisas não foram bem. Assumimos o tropeço, independente de quem é o adversário. Estávamos preparados, criamos mecanismos, mas tem dias em que você pode jogar 24 horas e não vai marcar. Se a gente tivesse feito nas oportunidades que tivemos, as coisas seriam diferentes. O jogo, tecnicamente, foi feio.
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Situação de Alex
O Alex é um jogador importante. Quando o D'Alessandro foi embora, demos oportunidades para o Alex, que entrou como capitão. É um jogador importante, ativo do clube, mas não diz o contrato dele que ele tem que ser titular. Eu dou oportunidade a todos aqui, e ele teve condições. Teve uma lesão, voltou, entrou contra o São José. Mas tenho que ser justo com todos, ver quem está no melhor momento. Em um time grande como o Inter, você não tem tempo, tem pressa. Você tem que entrar e mostrar resultado em 10, 15 minutos. O Alex precisa entrar e aproveitar sua oportunidade. É assim que a gente trabalha. Não existe cadeira cativa para ninguém. Eu preciso ser justo com todos. Neste momento, o Andrigo e o Ferrareis estão melhores. São mais 37 rodadas, o Alex vai ter oportunidades de novo.
Repetição de cruzamentos na área
A gente vem de um trabalho que deu certo, o Gauchão. Não é parâmetro? Não é. Mas a gente precisa matar o jogo nos momentos que a gente tem. Não vejo, com loucura, faltar um minuto para terminar o jogo colocar um zagueiro na área. É uma coisa treinada. A gente vem fazendo gols, fizemos quatro na final do Gauchão. Temos que criar mecanismos. Eu tenho que criar. E não é falando em contratações que eu trabalho. É com o grupo que eu tenho, e vou tirar o máximo dos meus jogadores. Não vejo outra forma de buscar espaço como foi contra a Chapecoense. Hoje faltou chutar de fora da área, precisamos chutar mais. Eu cobro isso dos meias, pecamos nesta parte. Quando você pega um adversário que se defende muito bem e tem a oportunidade, tem que matar. Mas tem dia em que a bola não entra.
O adeus (definitivo) de Alisson
Para mim, espetacular. A gente queria ter dado o presente. Ele subiu ganhando, e a gente queria que ele saísse ganhando. O grupo queria dar este presente. Mas faz sete jogos que não tomamos gols. É um jogador líder, importantíssimo, identificado. Rendeu uma quantia grande de dinheiro, isso é importante, não saiu pela porta dos fundos, a custo zero. E é uma vontade dele de jogar no futebol europeu. A gente vai torcer por ele, e ele vai torcer pela gente. As categorias de base do Inter sempre trabalhando bem. A gente espera que ele possa seguir seu trabalho, buscar seu espaço, continuar na Seleção. Trabalhei com vários goleiros, e o Alisson é diferente.
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