Não consigo ser implacável com Fabrício. Suas atitudes foram condenáveis, todas, mas é inquestionável que o jogador foi efeito e a causa estava nas cadeiras. Uma disputa esportiva envolve esforço físico e uma dose monumental de emoção. Vaiar um profissional que está no olho do furacão implica assumir as reações que ele poderá ter.
Fabrício estava jogando, querendo vencer, fazendo o seu melhor possível e de repente é atacado por fogo amigo, vindo de quem deveria apoiá-lo. É fácil proclamar que o jogador precisa admitir a vaia e sofrer calado o impacto da manifestação. Tenho dúvidas. Quantas vezes perdemos as estribeiras e reagimos como não faríamos em condições normais?
É verdade que, nestas ocasiões, tivemos que assumir as consequências dos nossos atos. Já assisti diversos julgamentos em que a tese da defesa foi a de que o réu agira tomado de violenta emoção. Muitas vezes o acusado acabou sendo absolvido. Seus julgadores entenderam que não haveria a reação violenta se o acusado não tivesse sido provocado.
Antes de emitirmos sentença condenatória para Fabrício, seria recomendável que fizéssemos um inventário das nossas loucuras passadas. Na verdade, somos todos Fabrício. É só admitir.
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