O Inter precisa dar ao Gauchão o valor que ele merece. E esse valor, como todo o respeito, é menor do que o da Libertadores. Ela é a prioridade no primeiro semestre. Sempre foi desde o miinuto seguinte ao final do Brasileirão de 2014.
Parece-me arriscado demais colocar em campo alguns jogadores fundamentais no domingo, a menos de 72 horas da decisão com o Atlético-MG. O jogo no Independência pode definir os rumos do confronto das oitavas.
Diego Aguirre passou quatro meses preparando e afiando todos os jogadores do grupo. A direção buscou reforços de renome e equipou o grupo. Chegou a hora de o uruguaio usar todas essas alternativas que tem nas mãos. Se não há time titular ou reserva, como garante, é preciso agora medir riscos e perceber quem pode fazer mais falta em Belo Horizonte.
Essa é uma discussão antiga no Beira-Rio. Lembro-me de uma entrevista com Fernando Carvalho aqui para o jornal Zero Hora depois da conquista da Libertadores de 2006. A certa altura, Carvalho revelou conversa com Fábio Koff, seu amigo e conselheiro, pouco antes de estrear na competição. Koff, do alto de sua experiência, deu-lhe um conselho: desista do Gauchão e deposite todas as energias na Libertadores.
Carvalho não ouviu. O Inter perdeu o Gauchão em cabeceio de Pedro Júnior. Foi como levar um soco do Mike Tyson. O vesitário balançou e precisou recobrar os sentidos para seguir no caminho do primeiro título.
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A encruzilhada se apresenta outra vez no Beira-Rio. De um lado a Libertadores, de outro a rivalidade fervida no caldeirão Gre-Nal e a ameaça de ver o rival batizar sua nova casa. O Inter tem a lição de 2006. Colocou-a em prática em 2010, quando usou misto no jogo de volta do Gauchão - havia perdido por 2 a 0 no Beira-Rio e beliscou o título com 1 a 0 no Olímpico. Precisa tirar a cartilha da gaveta outra vez. Ou pode desfocar o que é realmente grande neste ano.
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