O jogo contra o Juventude não se tornou decisivo apenas para o 2025 do Grêmio. O confronto desta quarta (20) ganhou ares de decisão para Pavon.
Comprado por quase R$ 20 milhões no início deste ano, e parte da injeção de talento que ajudou o clube a confirmar o sétimo título gaúcho consecutivo, o argentino perdeu espaço no segundo semestre e tenta recuperar o prestígio para definir seu futuro.
A titularidade de Pavon parecia quase certa na reapresentação dos jogadores na última terça. Recuperado de problemas físicos que o afetaram nos últimos meses, o atacante tinha caminho aberto para voltar ao time.
Só que a direção agiu fora de campo pra viabilizar os retornos de Soteldo e Aravena, dois jogadores da mesma posição de Pavon. Os selecionáveis serão buscados nesta terça-feira (19) em Santiago, após a partida pelas Eliminatórias à Copa do Mundo entre Chile e Venezuela.
Contratado junto ao Atlético-MG em fevereiro, Pavon chegou e teve impacto imediato na Arena. O começo no Gauchão foi empolgante. Em sua estreia, com apenas 45 minutos em campo, marcou uma vez e deu dois passes para seus companheiros marcarem na goleada por 6 a 2 sobre o Santa Cruz. Nos primeiros seis jogos, o argentino marcou três gols e deu quatro assistências. Mas nas 25 partidas seguintes, são apenas dois gols e duas assistências.
Os problemas começaram em abril. Após dar uma passe para um gol de Cristaldo na vitória por 2 a 0 sobre o Athletico-PR na Arena, o atacante sofreu uma lesão muscular. Um problema no músculo femoral da coxa direita. Um roteiro que também apareceu em sua passagem por Belo Horizonte.
— Semelhante (o que acontece no Grêmio e a passagem pelo Atlético-MG). Altos e baixos. Oscilando bastante. Não deixou saudades. Teve lesão muscular e virou reserva. Nunca teve posição de titular garantida — relembra Cláudio Rezende, setorista do Atlético-MG para a Rádio Itatiaia.
As dificuldades de repetir o desempenho do Gauchão viraram motivo de dor de cabeça para Renato durante a maratona de jogos que o Grêmio teve na retomada das competições após a parada causada pela enchente no Rio Grande do Sul.
A ascensão de Aravena tirou o espaço que poderia ser ocupado por Pavon. Até mesmo a improvisação de Edenilson pelo lado direito se tornou um obstáculo para o argentino ter novas oportunidades no Brasileirão.
O atacante fez sete jogos sem participar de nenhum gol. E ainda teve o momento contra o Atlético-GO, quando foi trocado durante os 32 minutos da primeira etapa por conta da atuação ruim. O rendimento nas eliminações na Copa do Brasil, quando perdeu um dos pênaltis na disputa contra o Corinthians, e para o Fluminense na Libertadores, não ajudaram o jogador.
Depois da queda para a equipe carioca, Pavon teve confirmada a segunda lesão muscular no músculo femoral da coxa direita. O problema que o tirou de ação por quase dois meses. Ele atuou 12 minutos contra o Atlético-MG, no dia 9 de outubro, e entrou nos acréscimos da vitória sobre o Atlético-GO em 26 de outubro.
Mas para melhorar o condicionamento físico, acabou de fora das partidas contra Fluminense e Palmeiras. Uma chance de se preparar melhor para retornar em boas condições nesta quarta contra o Juventude. Uma medida pensada pela comissão técnica como plano B se não puder contar com Aravena ou Soteldo na decisão que virou o jogo na Arena.
Com contrato até o fim de 2026, e após o Grêmio ter recebido algumas sondagens pelo jogador na janela de transferências do meio desta temporada, a reta final de 2024 se transformou em uma chance para Pavon mostrar o que será seu futuro.
Se repetir o desempenho do início do Gauchão nos cinco jogos restantes, o futuro do argentino poderá ser ainda em Porto Alegre. Ou será o momento de mudar de ares e buscar um novo lar para o jogador.