O Estádio Olímpico, na Azenha, voltou a pulsar. O Grêmio comemora neste sábado (28) os seus 121 anos com festa no Velho Casarão, que deixou de ser o campo de jogo do Tricolor desde 2013, com a transferência para a Arena.
A celebração, batizada Dia de Grêmio, começou às 10h e seguirá até as 22h, com diversas atrações: um palco de médio porte foi montado no antigo gramado suplementar. A caixa de areia, onde os jogadores faziam trabalhos de reforço muscular, recebe churrascada farta em fogo de chão.
Há espaço com brinquedos para as crianças e quiosques de comes e bebes. Foram montados ambientes para fotos, aquisição de souvenirs e imagens com troféus.
O gremista ingressa pelo Largo dos Campões por um túnel que explora um turbilhão de emoções. Em vídeos e fotos, as paredes são cobertas por glórias como os três títulos da Libertadores da América, o Mundial de 1983, o bicampeonato Brasileiro, as cinco taças da Copa do Brasil e a Batalha dos Aflitos. O Gauchão de 1977, com a icônica foto do voo de André Catimba na comemoração do gol sobre o rival Inter, também é lembrada.
Uma das primeiras imagens homenageia Renato Portaluppi, maior ídolo da história do clube que, atualmente, está pressionado na função de treinador. Dos ícones mais recentes, está registrada a marcante imagem de Geromel e Kannemann beijando a taça da Copa do Brasil de 2016, quando foi quebrado o jejum de títulos do Grêmio. Dá para se perder na emoção logo no túnel de entrada.
Está prevista a participação de ex-jogadores do clube e personalidades. A movimentação começou tranquila nesta manhã de sábado, com o público acessando o Olímpico sem dificuldades. Foram colocados 12 mil ingressos à venda. Ainda há oferta de cerca de três a quatro mil bilhetes, informou a organização. Eles podem ser adquiridos no site do Grêmio.
A festa ocorre entre o Largo dos Campeões e o gramado suplementar, áreas que estão delimitadas por tapumes. Não há acesso ao estádio. Estão confirmados shows de Ultramen, Cristiano Quevedo, Netinho de Paula, Chrigor e Marcio Art e MC Jean Paul, entre outros.
A torcida mais perto
Um dos mais procurados pelos torcedores para fotos era o ex-meia Carlos Miguel, autor do gol do tricampeonato da Copa do Brasil em 1997. Um feito que silenciou um Maracanã lotado. Ele e outros jogadores comentaram uma das principais diferenças entre o Olímpico e a Arena: no Velho Casarão, os jogadores tinham maior proximidade com o torcedor. O treino era no gramado suplementar e os gremistas podiam assistir do alambrado, a poucos metros dos atletas.
A concentração para os jogos acontecia no estádio e os jogadores, por vezes, desciam ao pátio para bater papo e tomar chimarrão com os torcedores. Havia um ambiente de convivência.
— É um momento especial. A minha vida começou aqui. Entrei no pré-infantil, realizando um sonho do meu pai. O torcedor nos inflamava. Veio a mística do Olímpico, do imortal. É emocionante — comenta o ex-meio-campista João Antônio, outro herói do tri da Copa do Brasil, atualmente coordenador técnico da escola do Grêmio no Centro de Treinamento Parque Cristal.