O Grêmio completou 26 jogos pelo Brasileirão. Metade deles foram de derrota. O clube está a três pontos da zona de rebaixamento, com um confronto atrasado, contra o Atlético-MG, fora de casa.
Nesta quarta-feira (25), essa má-fase tricolor teve mais um episódio melancólico. Derrota para o modesto Criciúma, na Arena, por 2 a 1. No final, vaias dos 13.582 torcedores que enfrentaram a chuva para ir ao estádio.
Neste ano, o time de Renato Portaluppi soma também as desclassificações nas oitavas de final da Copa do Brasil e da Libertadores. O treinador coloca a maior parte da culpa pela temporada ruim na enchente, que atingiu a Arena em maio e fez com que o Tricolor jogasse em estádios de outros clubes até agosto, mas não há consenso que tal seja a razão para o desempenho do time. Há quem acredite que o técnico seja um dos problemas.
Ídolo como jogador, Renato Portaluppi está na quarta passagem como treinador do Grêmio. A primeira foi em 2010. Os anos mais vitoriosos foram 2016 e 2017, com a conquista da Copa do Brasil e da Libertadores. O período atual começou em 2022, durante a Série B, após Renato sair no começo de 2021, ano em que o time caiu.
Em meio a esse cenário, surge a questão: o ciclo do profissional à frente do clube, onde já é estátua (na esplanada da Arena), precisa chegar ao fim? Zero Hora ouviu colunistas para saber a opinião de cada um sobre o futuro da relação entre Renato Portaluppi e o Grêmio.
Renato Gaúcho deve seguir no Grêmio?
"Em 2024, sim. De que adianta trocar agora? Renato já tirou o Grêmio de situações bem piores. Para 2025, depende. Se, mais uma vez, ele mostrar remobilização do vestiário e tirar rendimento do time, pode ficar em razão desse Gauchão raro, com chance de octa. Do contrário, é hora de dar um tempo na relação de maneira respeitosa."
"O aconselhável é fechar 2024 com Renato. Qualquer mudança neste momento seria arriscada. Renato conhece os jogadores e está no controle dos processos. Um novo técnico iniciaria tudo em modo emergência na hora decisiva do ano. Outra questão é que quem assumisse agora seria com contrato para 2025 e não há nomes de peso no mercado neste momento. Quanto à renovação com Renato, há sinais claros que precisam ser percebidos pela direção. A relação parece fadigada. Ambos os lados parecem sentir o desgaste. Mais, há pouca evolução técnica no time. Mesmo sendo o ano da disputa do octa gaúcho histórico, me parece que chegou a hora de o Grêmio buscar outros métodos de trabalho e um novo caminho que fuja do roteiro básico da última década, com Felipão-Roger-Renato."
"Não deve continuar. Poucas vezes vi um fim de ciclo tão escancarado. O trabalho de Renato não é bom, o que é diferente de avaliar um profissional como bom ou ruim, como insiste o treinador. A campanha ruim no Brasileirão pesa muito para a saída de Renato no final do ano. As eliminações na Copa do Brasil e Libertadores também. Já estamos quase em outubro e Renato ainda não encontrou um equilíbrio no time ou uma forma de sofrer menos gols. Isso vai para a conta dele, não da enchente."
"O Grêmio, claramente, não tem o diagnóstico de seu péssimo momento. As dificuldades do clube, nas manifestações oficiais, passam por justificativas simples e sem conteúdo, e essa preocupação começa a dominar a torcida. O nível de insatisfação com o que ocorre na Arena ganha contornos inéditos. O Grêmio se perdeu a ponto de Renato criticar o seu próprio esquema, como se ele não tivesse feito essa escolha. Isso indica que ele não deve permanecer."
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